Em solo norte-americano, Leite "semeia" candidatura ao Planalto

Em solo norte-americano, Leite "semeia" candidatura ao Planalto

Governador dividiu as falas entre a atuação à frente do Piratini e assuntos nacionais, diante da possibilidade de disputar o Planalto

Guilherme Baumhardt, de Washington

Em Washington, Leite celebrou os 37 anos com bolo e parabéns

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Dizer que o Rio Grande do Sul foi esquecido ou deixado de lado seria uma injustiça. Mas, durante a missão em solo norte-americano, o Estado dividiu as atenções e as falas do governador Eduardo Leite (PSDB) com assuntos nacionais. Foi assim em Nova Iorque, foi assim em Washington. E provavelmente não será diferente em Austin, destino final da comitiva.
 
Ao mesmo tempo em que fala sobre as reformas e as mudanças feitas na máquina pública estadual, Leite projeta isso para a esfera federal. Fala sobre as necessidades e carências do país, analisa a polarização no cenário eleitoral e fala sobre eventuais fraquezas das candidaturas de Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT). Para fechar, expõe pontos que, na sua opinião, viabilizariam uma terceira via.
 
Justiça seja feita: Leite também é instigado, provocado a falar sobre sua provável candidatura à Presidência da República. Em um dos compromissos desta quinta-feira, o protagonismo foi nacional. Durante apresentação no Atlantic Council, feita aos moldes de um programa de televisão, o governador defendeu um ambiente político mais pacífico para o país. Em resumo: durante boa parte do tempo, Leite falou como aspirante ao Palácio do Planalto, apresentando muito mais propostas e ideias para o Brasil.
 
Fenômeno semelhante já havia acontecido no dia anterior, quando, na US Chamber of Commerce, ouviu inúmeras menções – diretas ou indiretas – sobre a possibilidade de se candidatar e governar o país. Em uma das apresentações, Leite ouviu de uma das convidadas que a fala dele foi “música para os ouvidos”, porque investidores precisam de “previsibilidade”. Pouco tempo depois, outro convidado perguntou o que ele faria se fosse presidente para aumentar as exportações brasileiras, citando o fato de o Rio Grande do Sul ser o quarto Estado no ranking nacional de vendas externas. Porém, entre os comentários, Leite manifestou uma certeza: a de que não renunciará ao cargo de governador para ser vice. Isso só ocorrerá se for cabeça de chapa. 

Como disse um integrante da comitiva, toda reunião da comitiva representa a “oportunidade de semear”, ou seja, de “vender” o Rio Grande do Sul, na tentativa de atrair investidores e despertar o interesse pelo Estado. Durante a missão, Eduardo Leite deu claros sinais de estar semeando, também, o sonho de ser candidato à Presidência da República.


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