Em tom de campanha, Bolsonaro ataca PT e defende liberdade "contra quem quer que seja"

Em tom de campanha, Bolsonaro ataca PT e defende liberdade "contra quem quer que seja"

Durante a sua fala, o chefe do Executivo fez críticas aos governos que o antecederam

R7

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O presidente Jair Bolsonaro participou de um evento promovido pelo PL (Partido Liberal) neste domingo, em Brasília, e fez um discurso em clima de campanha à reeleição. Durante a sua fala, o chefe do Executivo fez críticas aos governos que o antecederam e disse que o Brasil não pode voltar a ser liderado por alguém do PT.

"Temos um compromisso. Não podemos esquecer o nosso passado. Porque aquele que esqueceu seu passado está condenado a não ter um futuro. Os mais jovens podem não conhecer, mas os seus pais e avós têm obrigação de mostrar para onde o Brasil estava indo, bem como vivem os jovens em outros países, como a Venezuela", afirmou Bolsonaro.

Segundo o presidente, "o nosso inimigo não é externo, é interno". "Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês."

Bolsonaro ainda disse que não vai aceitar as ações de quem queira ameaçar a liberdade ou a democracia. "Se (for) para defender a nossa liberdade, se (for) para defender a nossa democracia, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho um exército ao meu lado. E esse exército é composto de cada um de vocês (apoiadores). Podemos até perder algumas batalhas, mas não perderemos a guerra por falta de lutar. Vocês sabem do que estou falando", declarou. O presidente, no entanto, não explicou que decisão tomaria.

Bolsonaro disse que não desrespeitará as leis, embora tenha manifestado ao abordar a questão. "Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas, mas eu jurei, e não foi da boca para fora, respeitar a Constituição. E aqueles que estão ao meu lado, todos, em especial os 23 ministros, vocês têm obrigação, juntamente comigo, de fazer com que, quem esteja fora das quatro linhas, seja obrigado a voltar para dentro das quatro linhas."

O evento do PL vinha sendo anunciado pela legenda como de lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. No entanto, o partido decidiu alterar o formato da solenidade para evitar que o presidente e o partido cometessem crime eleitoral e passou a divulgar o encontro como um ato para estimular a filiação de mais políticos. 

Apesar disso, autoridades e apoiadores do chefe do Executivo que participaram do evento disseram esperar que o presidente renove o seu mandato por mais quatro anos, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. 

Bolsonaro, então, disse que a responsabilidade dele é grande, mas sugeriu estar preparado para a eleição. "Eu tenho a consciência tranquila de que todo o sacrifício não será em vão. Será para o bem do nosso Brasil. Para o bem dos nossos filhos e netos. O Brasil não é mais uma nação do futuro, é uma nação do presente. Estou aqui porque acredito em vocês, e nós estamos aqui porque acreditamos no Brasil", frisou.

"Estamos próximos um do outro, e o que nós queremos é entregar o comando desse país, lá na frente, bem lá na frente, por critério democrático, transparente, um país bem melhor do que recebi em 2019. O evento de hoje é um movimento onde nós nos somamos aos outros partidos, como Republicanos, Progressistas, entre outros, na busca de somar forças para bem administrarmos o nosso Brasil", acrescentou o presidente.

O ingresso ao PL

Bolsonaro ganhou a eleição presidencial em 2018 pelo PSL e, um ano depois, se desfiliou do partido. Agora, disputará a reeleição pelo PL, que tem como mandachuva Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão.

A filiação ao PL, que consolidou a aliança do chefe do Executivo com o Centrão, grupo de partidos que dá sustentação ao governo no Congresso Nacional, ocorreu no fim de 2021. “Não seremos marido e mulher, seremos uma família, mas vocês todos fazem parte dessa nova família”, disse Bolsonaro na ocasião.

Na época, Bolsonaro também era cortejado pelo Republicanos e PP, dois partidos que compõem sua base no Parlamento. A ideia inicial do chefe do Executivo era criar um partido próprio, chamado de Aliança pelo Brasil, mas viu seus sonhos não se concretizarem diante da dificuldade de reunir assinaturas suficientes para obter registro.


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