Entrada de Temer da articulação política esvazia PEC que reduz ministérios

Entrada de Temer da articulação política esvazia PEC que reduz ministérios

Proposta que está na CCJ prevê acabar com 19 pastas

AE

Entrada do vice-presidente Michel Temer esvaziou PEC que reduz ministérios

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A escolha do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) como operador político do governo esvaziou o apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê reduzir de 39 para 20 o número de ministérios. O tema, que está na pauta na reunião desta terça-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, constrange o Palácio do Planalto, que mobilizou sua base para derrubar a proposta.

Apesar do autor da PEC ter sido o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), integrantes da CCJ e operadores do governo na Casa avaliam que a proposta deve ser derrotada ou simplesmente sair da pauta. Se isso não ocorrer, a conta da derrota governista será debitada na conta de Temer, o que enfraqueceria sua interlocução. A votação da proposta devia ter acontecido na semana passada, mas foi adiada para esta terça-feira.

Esse foi o primeiro sinal de que a PEC estava, nas palavras de parlamentar petista, "subindo no telhado". "A bancada do PT é radicalmente contra", diz o deputado Sibá Machado (AC), líder do governo na Câmara. Segundo um interlocutor do Palácio do Planalto na Câmara, o vice-presidente está atuando para derrubar a proposta.

Assessores de Temer, porém, dizem que o assunto sequer entrou na pauta dele com membros da base nesta terça-feira.

Se a PEC entrar em votação na CCJ, a comissão mais importante do Congresso, o mapa governista indica uma vitória por cinco votos de diferença. Já um integrante da cúpula da CCJ prevê uma disputa mais equilibrada. Antes de Temer assumir a interlocução política, a PEC da redução de ministérios contava com ampla maioria na comissão.

"A bancada do PMDB está fechada. Nós vamos votar. Creio que se o governo derrubar será sinal de falta de compromisso com o corte de gastos. Michel Temer respeita a nossa posição", afirma o deputado Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara.

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