Escritório em que ex-procurador da Lava Jato atua recebeu R$ 28 milhões da Eletrobras

Escritório em que ex-procurador da Lava Jato atua recebeu R$ 28 milhões da Eletrobras

Auditoria do TCU aponta que valores foram repassados ilegalmente por meio de terceirização de contrato

R7

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O Tribunal de Contas da União (TCU) apura denúncia de que o escritório onde trabalha o ex-procurador Carlos Fernando Lima, que integrou a força-tarefa da Lava Jato no Paraná, recebeu R$ 28 milhões irregularmente da Eletrobras. O caso começou a ser julgado na última quarta-feira (15) pelo plenário da corte. De acordo com auditoria realizada pelo TCU e que consta em relatório elaborado pela corte, o escritório de advocacia WFaria atuou para a Eletrobras em 2015 para apurar "fatos apontados" pela Lava Jato. A auditoria encontrou "indícios de irregularidades".

O escritório é justamente onde atua o ex-procurador Carlos Fernando Lima — que, até 2018, esteve à frente de diversas investigações da Lava Jato. Após isso, ele pediu exoneração da operação para atuar na área privada, em serviços de compliance.

O WFaria foi subcontratado pelo escritório Hogan Lovells que, de acordo com o ministro Bruno Dantas, do TCU, recebeu R$ 350 milhões para "para verificar, em abstrato, um possível dano" de 32 milhões de reais na empresa de energia.

Durante a sessão do tribunal, Dantas se disse "escandalizado" com os valores envolvidos na suposta fraude. "A diretoria da Eletrobras e o conselho de administração autorizaram a assinatura de um contrato de prestação de serviços de R$ 340 milhões de reais para verificar danos em abstrato da ordem de R$ 300 milhões. Eu não estou pronunciando números errados. A Hogan Lovels foi contratada por R$ 340 milhões para avaliar um dano de R$ 300 milhões. Aí, no final, ela concluiu que a Petrobras foi lesada em R$ 32 milhões", disse Bruno Dantas.

Procurado pelo R7, o escritório WFaria informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "apenas recentemente o escritório incorporou o [ex-]procurador Carlos Fernando [Lima]", que "a contratação de R$ 28 milhões não é irregular, pois o escritório venceu uma concorrência" e que o TCU "apura o contrato firmado com a empresa estadunidense".

A empresa afirma ainda que por "interesse possivelmente político, foi extraído o pedaço de uma fala enorme de um ministro e tirada de contexto".


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