Esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe à PF nesta sexta-feira

Esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe à PF nesta sexta-feira

Na quinta-feira, o marido dela ficou em silêncio durante depoimento sobre supostas fraudes em cartões de vacina

R7

Mauro Cid teria cometido os crimes "sem o conhecimento e sem a anuência do ex-presidente"

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A Polícia Federal (PF) vai ouvir nesta sexta-feira às 14h30min, Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso por suspeita de inserir dados falsos sobre a vacinação do ex-presidente contra a Covid-19. O ex-auxiliar de Bolsonaro prestou depoimento à PF nesta quinta, mas permaneceu em silêncio e não respondeu a nenhuma das perguntas feitas pelos investigadores. Cid ficou menos de uma hora na sede da corporação, em Brasília.

Segundo fontes ligadas ao tenente-coronel, Cid ficou em silêncio porque a perícia feita em seu celular apreendido tinha sido concluída na quarta, o que o deixou sem acesso às informações encontradas. Os peritos produziram um laudo em que relatam a forma como a extração de dados foi realizada e encaminharam uma mídia aos agentes federais.

Cid está preso desde o dia 3 de maio, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A suspeita é de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, tenham sido forjados. Eles teriam inserido informações falsas no sistema do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para conseguir o certificado de vacinação e viajar para os Estados Unidos.

Durante depoimento na terça, Bolsonaro afirmou à PF não ter nenhuma informação acerca do suposto esquema que fraudou dados de vacinação e que, se Cid tiver arquitetado o plano, foi à sua revelia, sem nenhum conhecimento nem orientação de sua parte. Questionado durante visita ao Senado na quinta, o ex-presidente disse apenas que "cada um siga a sua vida".

Estados Unidos

Como mostrou o R7, Cid viajou para os Estados Unidos com a família com dados de vacinação contra a Covid-19 supostamente fraudados, segundo investigação da PF. A viagem foi em dezembro do ano passado. Eles voltaram ao Brasil em janeiro. A comprovação de vacinação com ao menos duas doses contra a Covid-19 foi necessária para entrar no país comandado por Joe Biden até 11 de maio.

Cid, a esposa, e as três filhas ficaram em Miami entre 21 de dezembro de 2022 e 20 de janeiro último. Em fevereiro de 2023, a família viajou para Bruxelas, na Bélgica, com conexão em Madri, na Espanha. Eles retornaram ao Brasil em 23 de fevereiro, pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Naquele período, os dois países já não exigiam comprovante de imunização.

A manifestação da Procuradoria-Geral da República enviada ao STF com base na investigação da PF diz que "Mauro Cesar Barbosa Cid e Gabriela Santiago Ribeiro Cid fizeram uso de certificado de vacinação falso nas viagens realizadas em dezembro de 2022, em janeiro de 2023 e fevereiro de 2023". 


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