Estado tem que se recolher ao papel de regulador, diz novo presidente do TCU

Estado tem que se recolher ao papel de regulador, diz novo presidente do TCU

Bruno Dantas afirmou que as restrições orçamentárias impõem o protagonismo da iniciativa privada no setor da infraestrutura

R7

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Eleito para presidir o Tribunal de Contas da União (TCU) em 2023, o ministro Bruno Dantas defendeu nesta quinta-feira (8) o protagonismo do setor privado nos investimentos de infraestrutura. Segundo ele, a restrição orçamentária do país exige uma "conjugação de esforços para avançar" na agenda do setor.

"As restrições orçamentárias impõem a presença da iniciativa privada. O Estado tem que cada vez mais se recolher ao papel de regulador. Quando se propõe a fazer tudo, a verdade é que não é feito nada com qualidade", afirmou.

Até o final de 2022, o governo federal pretende chegar a R$ 200 bilhões em contratos de investimentos da iniciativa privada por meio do programa de concessões de infraestrutura de transportes. "Temos um diagnóstico bastante completo do setor [da infraestrutura] e acredito que é possível dar um passo além e institucionalizar algumas coisas que hoje são feitas na base do voluntariado", disse.

Dantas destacou também o processo de abertura da economia e o programa de concessões de portos, rodovias e aeroportos, e, em outro momento, criticou o discurso antiambiental atrelado ao setor. Segundo ele, é preciso resgatar o protagonismo brasileiro no debate sobre a conservação do meio ambiente, movimento fundamental para melhorar a imagem do país no exterior.

"Também precisamos mostrar ao mundo que sabemos fazer um trabalho bem feito e com medidas ambientalmente sustentáveis. Há um movimento muito forte de retrocesso em agendas que já estavam consolidadas, e a agenda ambiental é uma delas", completou.

O comentário foi feito durante o lançamento do Move Infra, em Brasília, uma associação de cinco companhias que atuam no setor da infraestrutura no país. Esse é o primeiro evento de Dantas após a eleição para a Presidência do TCU, nesta quarta-feira (7).

Investimento e transição de governo

Segundo o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, o investimento em infraestrutura foi aquém do que o Brasil precisa. "Nós fizemos mais com menos, focamos o recurso em obras que estavam em 70% ou 60% finalizadas, focamos nas ferrovias com leilões e autorizações ferroviárias", destacou. Sampaio também fez parte da abertura do evento, em Brasília.

Sobre a transição de governo, Sampaio disse que há espírito público e transparência da parte da gestão atual para transmitir as informações do Ministério ao governo eleito. "Torcemos para que a agenda seja tocada como agenda de Estado. A continuidade é fundamental porque a agenda de infraestrutura é uma agenda de longo prazo. Estamos satisfeitos em ver indo em frente", finalizou.

Move Infra

O evento reúne cinco companhias que trabalham com o setor de infraestrutura no país: CCR, EcoRodovias, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo. Segundo a CEO do movimento, Natália Marcassa, o grupo quer promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Juntas, as empresas somam R$ 68 bilhões em ativos no mercado. "Infraestrutura é política de Estado e de longo prazo", afirmou Natália.


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