“Estou no partido, mas não faço parte," diz Cassiá Carpes

“Estou no partido, mas não faço parte," diz Cassiá Carpes

Deputado estadual comentou suposto envolvimento de membros do PTB em irregularidades na Procempa

Correio do Povo e Rádio Guaíba

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Um dia depois de noticiado o suposto envolvimento de integrantes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em irregularidades na Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), o deputado estadual Cassiá Carpes (PTB) disse que desde o ano passado está no partido apenas institucionalmente e não fisicamente. “Estou no partido, mas não faço parte”, declarou em entrevista à Rádio Guaíba nesta quarta-feira.

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Carpes afirmou que essa posição tem causado problemas a ele. “Eu lido com as minhas prerrogativas”, explicou. O deputado disse ainda que é advertido pela própria família: “Não fala isso, não fala aquilo. Cuidado, tu estás mexendo com abelheira". “A família da gente está muito preocupada”, relatou.

O deputado disse que “ouvia falar” do envolvimento de integrantes do PTB e, apesar de não ter o poder de investigação da polícia e do Ministério Público, havia solicitado a apuração das denúncias sobre desvio de dinheiro público na Procempa. “A gente procurava não fazer acusações levianas, mas pedia apuração”, declarou.

Carpes lamentou o episódio. “Lamentavelmente, um partido com a história do PTB, estar desta forma na mídia. Infelizmente, a política esconde muita coisa”, declarou. “Mas tem muita gente boa dentro do PTB. Acredito que a maioria é boa, mas tem um grupo que se apodera do poder”, ponderou. Ele atribuiu a responsabilidade aos prefeitos: “Deixaram essas pessoas tomar conta.”

O deputado explicou que, após a morte de Eliseu Santos, ele assumiu a presidência do PTB para dar tranqüilidade ao partido. “Fiz meu papel. Depois assumi a presidência estadual”, esclareceu. “Fui tudo no partido, mas sempre lutando ‘meio’ sozinho. Dei a minha colaboração, mas chegou um momento que a gente viu que não tinha condições de permanecer”, afirmou.

Operação Sete Chaves

O Ministério Público gaúcho, com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, deflagou nessa terça-feira a operação Sete Chaves para apurar irregularidades na Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa).

Além do atual conselheiro da Procempa Claudio Manfrói, um dos principais dirigentes do PTB, dois ex-funcionários da companhia – o ex-presidente André Imar Kulczynski e o ex-gerente financeiro Ayrton Fernandes – prestaram esclarecimentos à Polícia Civil. 

Manfrói foi detido para prestar esclarecimentos sobre a posse de revólveres, pistolas e uma espingarda de uso restrito em casa. Também foram cumpridos mandados de busca er apreensão na residência da ex-diretora administrativa e financeira, Giorgia Pires Ferreira. 


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