"Estou rindo para não chorar", diz Lula em Copenhague

"Estou rindo para não chorar", diz Lula em Copenhague

Reunião dos chefes de Estado no COP-15 termeninam nesta sexta-feira

AE

publicidade

Desde que chegou a Copenhague, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem se reunindo com chefes de Estado para fazer avançar as negociações da 15ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-15), que termina nesta sexta-feira. Lula e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocaram uma reunião com 25 dos principais líderes mundiais. O encontro começou após um jantar oferecido pela rainha da Dinamarca, Margarida II, e foi interrompido por uma hora em torno das 2h30min, no horário local, para um texto ser elaborado - os chefes de Estado foram dormir e outros negociadores permaneceriam trabalhando.

Lula retornou ao hotel aparentando bom humor e, indagado sobre a possibilidade de um acordo, esclareceu: "Estou rindo para não chorar. Vamos esperar até amanhã (hoje)", disse o presidente. Na tarde de quinta-feira, em entrevista com Sarkozy, Lula afirmou que não pretende entrar para a história como um dos que afundaram o acordo climático. "Corremos o risco de sermos fotografados como os dirigentes incompetentes que não conseguiram cuidar do planeta enquanto ainda era possível", afirmou. Depois de mais de 24 horas em reuniões, Lula confessou que o tom dos que o procuravam era de total pessimismo. "Mas acredito que possamos transformar esse pessimismo em otimismo."

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que ainda não havia nenhum resultado claro. O acordo discutido entre os líderes, diz ele, tinha como pontos limitar o aumento da temperatura em 2°C, cortar as emissões dos países desenvolvidos em 80% até 2050 e um corte médio de 50% até 2050. "Ainda não estou sem esperança de que saia um acordo", disse. Um negociador chefe argelino afirmou que o acordo caminha para ser um tratado legalmente vinculante (ou seja, com força de lei internacional).

Na noite anterior, Lula recebeu Gordon Brown e o primeiros-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, que foram pedir ajuda para reverter o fracasso iminente, mas também para pressionar o G77 a abrir mão de algumas posições. Ouviram de Lula que isso não seria possível se os países ricos não abrissem mão das suas posições.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895