Fazenda vai manter salários de quem ganha acima do teto até que TCE finalize auditoria

Fazenda vai manter salários de quem ganha acima do teto até que TCE finalize auditoria

Tribunal identificou que mais de 600 servidores recebem salários acima de R$ 30 mil

Vitória Famer / Rádio Guaíba

Segundo o secretário Giovani Feltes, denúncias semelhantes já foram analisadas pela Fazenda

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Questionado sobre se a Secretaria da Fazenda cogita barrar o pagamento salarial a servidores estaduais que recebem acima do teto constitucional, de R$ 30.471, o titular da Pasta, Giovani Feltes (PMDB), disse nesta quarta-feira em entrevista para o programa Esfera Pública que a situação precisa ser analisada, caso a caso. Na sexta-feira, o Correio do Povo e a Rádio Guaíba divulgaram que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou, de forma preliminar, que mais de 600 servidores recebem salários de mais de uma fonte, resultando em remuneração acima do que permite a Constituição Estadual. A maior parcela de irregularidades ocorre no Instituto de Previdência do Estado (Ipergs), conforme um balanço preliminar. Para Feltes, é preciso, ainda assim, que o TCE conclua o levantamento.

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Segundo o secretário, denúncias semelhantes já foram analisadas pela Fazenda. Foi possível verificar, de acordo com ele, que, em alguns casos, servidores tiveram o valor do salário ampliado somente em um determinado período, em função de decisões judiciais ou do pagamento do terço de férias, por exemplo.

“Existem múltiplas situações que podem garantir, eventualmente, a múltiplos atores em todos os órgãos, (o direito de) ganhar acima do teto. Então não dá para você chegar e cortar de uma vez por todas, porque existe legislação e decisão judicial em relação a isso, vantagens e benefícios que podem se concentrar em um único mês. Precisamos observar isso com cuidado. Não se trata de tomar uma decisão radical, vamos aguardar o Tribunal de Contas do Estado que está cumprindo adequadamente o seu papel. Mas também não nos esqueçamos que existem outras intercorrências (de piso extrapolado) que, muitas vezes, não estão na nossa autonomia”, explicou Feltes.

O titular da Fazenda ainda salientou que, apesar de a lei de acesso à informação estar em vigor há mais tempo, foi na gestão atual que se divulgou o salário nominal dos servidores e a situação real das finanças do Rio Grande do Sul.

A auditoria do TCE, que ainda está em andamento, identificou salários acima do teto em função do cruzamento de dados das folhas de pagamento da administração direta, demais poderes e órgãos, incluindo o próprio Tribunal.

Apesar de a Fazenda garantir que alguns casos podem ser considerados legais, e que cada valor destinado a servidores precisa ser analisado, os auditores do tribunal garantem que já estão verificando os casos individualmente, principalmente para detectar se há a inclusão de parcelas indenizatórias, acréscimos de férias ou outros benefícios não submetidos ao teto.

Após aprofundar a composição desses valores, o TCE vai notificar o gestor do órgão responsável pelo pagamento do segundo benefício e, posteriormente, pode determinar o corte imediato da parcela excedente ao teto.

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