Feliciano critica Maria do Rosário e cita ano eleitoral
Ministra dos Direitos Humanos prometeu lutar contra aprovação do projeto sobre "cura gay"
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Ontem, Maria do Rosário disse que vai trabalhar para evitar a aprovação da proposta que autoriza psicólogos a tratar homossexuais com o objetivo de curá-los, a chamada “cura gay”. O texto foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), em votação simbólica.
Para Feliciano, a ministra deve “tomar cuidado” porque 2014 é um ano eleitoral. “Fale com a a presidenta (Dilma Rousseff) porque o ano que vem é político”, disse Feliciano em referência ao apoio dos evangélicos à eventual candidatura de Dilma para disputar a reeleição. “Dona ministra Maria do Rosário, dizer que o governo vai interferir no Legislativo é muito perigoso. É perigoso, dona ministra, principalmente, porque ela mexe com a bancada inteira, feita não só por religiosos”, acrescentou Feliciano.
Perguntado sobre as críticas que vem recebendo em manifestações espalhadas pelo País, Feliciano preferiu não responder e disse que abrirá espaço na CDH para ouvir as reivindicações de minorias como os negros e índios. “Essas minorias têm que ser ouvidas nesta Casa. São brasileiros de verdade, herdeiros das pessoas que foram escravizadas no país. A situação deles não é enxergada pelo governo como deveria ser. Como a situação dos índios. A morte dos índios (Terenas, em Mato Grosso do Sul) poderia ter sido evitada se a Comissão de Direitos Humanos tivesse se debruçado sobre a situação deles nos últimos oito ou dez anos, coisa que não aconteceu.”
O projeto de decreto legislativo que prevê a chamada "cura gay", de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), visa suprimir um dos trechos da Resolução nº 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe os profissionais da área de participar de terapia para alterar a orientação sexual e de atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade. A proposta ainda precisa ser votada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça (CCJ).