Feltes descarta uso do Banrisul como contrapartida para socorro da União

Feltes descarta uso do Banrisul como contrapartida para socorro da União

Secretário da Fazenda prevê equilíbrio das contas do Rio Grande do Sul no final do ano

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Feltes descarta uso do Banrisul como contrapartida para socorro da União

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Após a reunião entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, fontes relacionadas ao governo federal afirmaram que o socorro financeiro ao Estado estaria relacionado a pelo menos uma contrapartida, que seria a venda do Banrisul. Em entrevista à Rádio Guaíba nesta quinta-feira, o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, garantiu que essa possibilidade está descartada.   

"(A venda) do Banrisul está totalmente descartada. Não há nenhuma possibilidade e não houve qualquer especulação em relação a isso. Por outro lado, quando o governo Sartori remete à Assembleia Legislativa a possibilidade de retirar a exigência de plebiscito para CRM, Sulgás e CEEE, o governo sinaliza que gostaria de avaliar essas três empresas, com realidades distintas. Um caminho pode ser deixar como está e observar a gestão que está sendo feita, quem sabe privatizar ou federalizar. Podem acontecer várias coisas ou nada. Agora, precisa ser votado e nós estamos na expectativa de que o projeto seja aprovado", explicou Feltes. 

Feltes afirmou ainda que o governo acredita que o Estado irá conseguir equilibrar as contas no final do ano, momento em que os salários poderão ser pagos em dia na sua totalidade. "Com a aprovação deste conjunto de medidas que estão tramitando na Assembleia Legislativa e com o estabelecimento da recuperação fiscal, eu não tenho dúvida de que, talvez, na virada do ano que vem, nós consigamos equilibrar as contas. Todos ganharão com isso no médio e no longo prazo", assegurou.

O secretário gaúcho explicou que o Rio Grande do Sul é como se fosse uma pessoa que não consegue dominar as próprias contas e que não consegue superar cobranças do cheque especial e do cartão de crédito. "Já estamos perseguindo o equilíbrio, mas todos precisam entender que quando você gasta com cheque especial ou quando você vai pagar a parcela do cartão de crédito, vai ter um mês que você vai estar tão encalacrado que não não vai conseguir quitar a parcela mínima do cartão. É assim que está o Rio Grande do Sul. Era uma gastança exagerada aqui e em outros setores e isso estourou onde? No desemprego monumental, na dificuldade de retomar o crescimento, problemas estruturais causados pela crise nacional. A conta vem e está vindo à galope", acrescentou.

Contas em dia em 2020 

Feltes estimou que o Estado precisará de três anos para deixar todas as contas em dia. O prazo citado por ele é 2020, uma projeção considerada segura e que envolve diversos fatores na administração financeira do Rio Grande do Sul. "É uma data que todos projetam, com base em premissas, como o crescimento do PIB, inflação e taxa de juros. É um trabalho de fôlego. Tomamos iniciativas, algumas amargas, e elas representam a diminuição da despesa e o aumento da receita. Nós imaginamos que com a aprovação do plano de recuperação da União, o Estado poderá pagar os seus débitos em alguns meses, mas há muito a se fazer até lá. Em 2020, se o Rio Grande do Sul não fazer nenhuma aventura fiscal, daí teremos atingido um estágio em que poderemos sorver o fruto do nosso trabalho", finalizou.  

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