Fundação Palmares revoga portaria que dificultava certificação de quilombolas

Fundação Palmares revoga portaria que dificultava certificação de quilombolas

Um grupo de trabalho foi criado para elaborar nova norma sobre Cadastro Geral de Remanescente dos Quilombos

AE

João Jorge Rodrigues assumiu a Fundação em janeiro deste ano

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O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, revogou portaria da instituição editada em março do ano passado, no governo de Jair Bolsonaro, que criou novas burocracias para a emissão de certidões de autodeclaração quilombola para comunidades, o que, na avaliação de entidades representativas dessa população, dificultam o reconhecimento de quilombolas no Brasil.

Dentre as determinações, a portaria anulada dizia que a comunidade solicitante do documento poderia ser notificada via portal eletrônico da Fundação Palmares no caso de necessidade de complementação dos documentos, ponto contestado por entidades como a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), já que a maioria das comunidades não dispõe de acesso à internet para fazer a consulta com frequência.

O ato que revoga a portaria da gestão Bolsonaro está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 6. A mesma decisão restitui a Portaria nº 98, de 26 de novembro de 2007, que é anterior à regra anulada e trata do Cadastro Geral de Remanescente das Comunidades dos Quilombos da Fundação Cultural Palmares, também autodenominadas Terras de Pretos, Comunidades Negras, Mocambos, Quilombos.

A portaria desta quinta da Fundação Palmares ainda cria grupo de trabalho, com a duração de 90 dias, que pode ser prorrogada, "para elaborar proposta de ato normativo que instituirá o Cadastro Geral de Remanescente dos Quilombos e estabelecerá os procedimentos para expedição da Certidão de Autodefinição na Fundação Cultural Palmares".

 


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