Fux pede parecer da PGR sobre quebra de sigilo de Janones por suspeita de rachadinha

Fux pede parecer da PGR sobre quebra de sigilo de Janones por suspeita de rachadinha

Polícia Federal afirma que a medida é 'essencial' para verificar se ele operou um esquema de rachadinha na Câmara

Estadão Conteúdo

Polícia Federal afirma que a medida é 'essencial' para verificar se ele operou um esquema de rachadinha na Câmara

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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) diga se vê elementos que justifiquem a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG). A Polícia Federal (PF) afirma que a medida é 'essencial' para verificar se ele operou um esquema de rachadinha na Câmara.

A 'rachadinha' é a prática ilegal de repasse de salários de funcionários, sobretudo em cargos comissionados, para o político ou partido que o empregou.

Fux aguarda o parecer da PGR antes de tomar uma decisão. A Procuradoria foi notificada nesta terça, 6. O ministro não definiu prazo para receber a resposta.

Janones tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente. Nas redes sociais, disse que já colocou as contas à disposição dos investigadores.

O delegado Roberto Santos Costa, que conduz a investigação, pediu para analisar as movimentações financeiras do deputado entre janeiro de 2019, quando ele assumiu o primeiro mandato na Câmara, e janeiro de 2024. O pedido também alcança seis assessores de Janones.

O delegado argumenta que não há outra alternativa para 'elucidar' o caso. 'Em investigações dessa natureza, em especial quando envolve a prática da 'rachadinha', em que normalmente são realizados saques e depósitos em espécie, conhecer o fluxo financeiro dos envolvidos é fundamental.'

PF vê contradição em depoimentos de assessores e aponta indícios de rachadinha

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Para a PF, a gravação já é um indício do crime de corrupção passiva. O objetivo agora é verificar se os repasses de fato aconteceram.

'As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado', afirma a Polícia Federal no pedido de quebra de sigilo enviado ao STF na semana passada.

Os assessores de Janones já foram ouvidos pela PF. Eles disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários, mas a Polícia Federal viu 'inconsistências' e 'contradições' nos depoimentos.

'É crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o deputado federal André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência', destacou a PF.

Alguns auxiliares relataram, por exemplo, que o deputado pediu doações para uma 'caixinha espontânea' que seria usada cobrir despesas de campanha de assessores que viessem a se candidatar. Outros narraram que advogadas aconselharam Janones a abandonar a ideia.


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