Gleisi critica Campos Neto por apoiar reajuste para servidores do Banco Central

Gleisi critica Campos Neto por apoiar reajuste para servidores do Banco Central

Em setembro, presidente do Banco Central defendeu que governo atinja meta fiscal zero para 2024

AE

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A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), usou as suas redes sociais para criticar, nesta quinta-feira, 2, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, por demonstrar apoio a um reajuste salarial para servidores do banco.

Na quarta-feira, dia 1º, Campos Neto compareceu em um ato feito por servidores na frente da sede do BC, em Brasília. Os funcionários defendem reajustes salariais e reestruturação das carreiras, com a criação de um bônus de produtividade semelhante ao implementado para a Receita Federal no atual governo, e não descartam a possibilidade de entrar em uma greve geral neste mês de novembro.

 

O Estadão procurou a presidente do PT e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), entidade que representa os servidores do BC, mas não obteve retornos. O PT sempre se posicionou favorável à pauta de reajustes dos servidores públicos.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck, ainda não apresentou nenhuma contraproposta do governo para as reivindicações da categoria.

No X (antigo Twitter), Gleisi ironizou: "que tal o Roberto Campos Neto?! Cobrando meta fiscal do governo mas quer aumento para os servidores do BC?!"

A declaração de Gleisi faz referência a falas de Campos Neto no fim de setembro, em que defendeu que o governo precisa "persistir" para atingir a meta fiscal zero em 2024.

"É importante persistir na meta, o caminho é esse, e é isso que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem pontuado. Mesmo que a meta não seja cumprida 100%, os agentes percebem esforço nessa direção", afirmou.

Selic

Campos Neto é alvo de críticas de petistas por conta da taxa básica de juros, a Selic. Quando Lula iniciou o seu terceiro mandato, a taxa era de 13,75%. Após uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta, 2, a Selic diminuiu de 12,75% para 12,25%.

No seu comunicado oficial, o comitê repetiu a defesa da importância de o governo perseguir as metas fiscais já estabelecidas.

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", diz o texto.

Lula também fez críticas

No início de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o presidente do BC, sugerindo que ele mantém contato com "quem o indicou", fazendo referência a nomeação de Campos Neto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de 2019.

"O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior e o Banco Central, agora, é autônomo, não tem mais interferência da Presidência da República que podia chamá-lo para conversar", disse o petista. "Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não conversa comigo. Ele deve conversar com quem o indicou e, quem o indicou, não fez coisas boas neste País", afirmou o petista.


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