Governo abre duas frentes na busca por solução no comando da Petrobras

Governo abre duas frentes na busca por solução no comando da Petrobras

Dilma tem até sexta-feira para anunciar novos nomes para o comando da estatal

AE

Dilma tem até sexta-feira para anunciar novos nomes para o comando da estatal

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O governo abriu duas frentes na busca de uma solução para o comando da Petrobras. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, coordena a busca de nomes para a presidência da empresa e Joaquim Levy, da Fazenda, tenta arregimentar diretores para o Conselho de Administração. Levy também está empenhado em encontrar uma metodologia capaz de desatar o nó contábil sobre as perdas com a corrupção.

Entre os cotados para o lugar de Graça Foster, presidente da estatal, Murilo Ferreira desponta por atributos como o excelente relacionamento com o mercado financeiro e o desempenho à frente da Vale, além da simpatia da própria presidente Dilma Rousseff. O porém seria que sua escolha "vestiria um santo e desvestiria outro".

Outro cotado, Rodolfo Landim, tem como desvantagem o fato de ter trabalhado com Eike Batista na OGX, ainda que tenha deixado o Grupo EBX antes de sua derrocada. Contra Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, pesa a opinião pessoal de Dilma. Quando ministra da Casa Civil, a presidente teve uma série de divergências com o número 1 do Banco Central do governo Lula. A presidente também não vê com bons olhos o ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

Dificuldade

A decisão de renúncia de Graça Foster à presidência da estatal, junto com mais cinco diretores, deu 48 horas para a presidente Dilma Rousseff trocar o comando da Petrobras. Dilma ficou contrariada com o desfecho da negociação para a mudança de comando na Petrobras porque tinha acertado com Graça terça-feira, em reunião no Palácio do Planalto, que toda a diretoria da empresa seria substituída assim que fosse resolvido o impasse contábil.

Dilma havia dito a Graça que precisava de mais tempo para mudar a diretoria, pois não estava fácil encontrar nomes do mercado dispostos a assumir a missão. À noite, quando Graça já estava no Rio, avisou à presidente que cinco diretores da empresa não aceitavam mais arcar com o desgaste da crise. Os diretores estariam preocupados com o pedido de explicações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a saída da presidente da estatal, que provocou a maior alta das ações da Petrobras em 16 anos.

Além disso, a auditoria PriceWaterhouseCoopers se recusou a assinar o balanço relativo ao terceiro trimestre de 2014 enquanto a estatal não encontrar uma solução para contabilizar as perdas provocadas pela corrupção descoberta na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Sem novo acordo com o governo, Graça e os diretores da estatal divulgaram nessa quarta-feira nota oficializando a renúncia. Eles permanecerão nos cargos até sexta-feira, quando ocorrerá a reunião do Conselho de Administração da Petrobras que chancelará a nova diretoria. A decisão de Graça Foster surpreendeu Dilma, que agora tem até sexta-feira, para definir uma nova diretoria.


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