Governo aceita votar texto da Câmara sobre royalties do petróleo

Governo aceita votar texto da Câmara sobre royalties do petróleo

Apreciação da proposta depende da retirada da urgência de três projetos que trancam a pauta

Agência Brasil

publicidade

Para viabilizar a votação do projeto de lei que distribui os recursos dos royalties do petróleo para a educação e a saúde, o governo aceitou nesta quarta votar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. O projeto prevê a destinação de metade dos recursos do Fundo Social para as duas áreas, com a supressão do dispositivo que trata do percentual de óleo excedente a ser repassado para o governo.

Pelo acordo firmado com os líderes da base aliada, será aprovado o relatório do deputado André Figueiredo (PDT-CE) e, em seguida, o Executivo enviará um projeto para "mesclar" o uso dos recursos e dos rendimentos do Fundo Social. Inicialmente, o Palácio do Planalto queria que fosse votado o texto aprovado pelo Senado, que estabelece a destinação da metade dos rendimentos do Fundo Social para a educação e a saúde. “Com isso, vamos combinar as duas coisas: mais recursos no curto prazo, mas preservar, no médio e longo prazos, a ideia do Fundo Social para dar estabilidade à economia e garantir mais recursos para as futuras gerações”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Segundo o ministro, o texto aprovado pelos deputados garante mais recursos para as duas áreas, principalmente nos primeiros 20 anos, mas, depois disso, o volume cairá porque o capital principal do fundo será menor e, consequentemente, os rendimentos serão menores. “No final da concessão do Campo de Libra (na Bacia de Santos), teremos em torno de R$ 360 bilhões de poupança (pelo projeto da Câmara) no Fundo Social. Com o projeto do Senado, será o dobro”, frisou Mercadante.

No acordo firmado com os líderes da base aliada, ficou estabelecida a supressão do dispositivo que fixa em 60% o percentual mínimo de óleo excedente a ser transferido para o governo pelo vencedor da licitação do campo a ser explorado. O percentual mínimo de óleo excedente a ser transferido à União é definido em cada leilão. Para a licitação do Campo de Libra, por exemplo, o percentual foi fixado pelo governo em pouco mais de 40%.

“Já temos, no edital para Libra, exigido o mínimo de 40%, inclusive porque 30% já são da Petrobras. O governo precisa que isso seja retirado. Temos que respeitar as regras”, ressaltou o ministro.

“Mesmo continuando a defender o mínimo de repasse de óleo excedente de 60%, temos uma licitação do Campo de Libra, que será a maior da história. Para não provocar nenhuma insegurança no mercado, vamos suprimir o Artigo 6º, mas voltando a usar 50% do Fundo Social durante um período de tempo até que a educação tenha os recursos necessários para se manter”, disse o relator do projeto, André Figueiredo. Prevista para esta tarde, a votação da proposta ainda depende da retirada da urgência de três projetos que trancam a pauta.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895