"Governo ainda conta votos", diz secretário especial da Previdência

"Governo ainda conta votos", diz secretário especial da Previdência

Rogério Marinho acredita que mudanças no relatório de comissão especial podem ser "negociadas" em Plenário

Correio do Povo

Secretário palestrou em evento na Capital

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O secretário especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho (PSDB-RN), afirmou nesta sexta-feira, em passagem por Porto Alegre, que o governo federal continua em busca dos votos necessários para aprovar sua proposta de Reforma da Previdência. “O governo contará os votos até o último minuto antes da abertura da sessão plenária da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira. Em nosso entendimento, os votos são pela pauta e não pelo governo”, declarou, ao ser questionado sobre a viabilidade de aprovação do texto.

A indicação de que a matéria poderá ser apreciada pelos deputados na próxima semana foi feita pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia (Dem-RJ), depois da aprovação do relatório pela Comissão Especial, na última quinta-feira. Marinho palestrou à noite, no Country Clube de Porto Alegre, para líderes empresariais do grupo Lide. Antes, pela manhã, o secretário do Ministério da Economia teve encontro com dirigentes da Fiergs, na sede da entidade.

Em sua manifestação no evento do Lide, Rogério Marinho exaltou a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de propor a reforma com intuito de promover o equilíbrio fiscal. Ele falou sobre outras ações, destacando a medida provisória 871, aplicada para enrijecer normas e enfrentar fraudes na Previdência. Porém, não conseguiu assegurar, perante o anseio dos convidados, que o governo tenha segurança sobre a capacidade de aprovação da reforma.

O secretário especial também disse que itens modificados pela Comissão em seu relatório poderão ser “negociados em plenário”. Marinho sustentou ainda, que na visão do governo federal, a ampliação do tempo de contribuição para 40 anos para obtenção da aposentadoria integral e o cálculo considerando 100% dos salários representam a tentativa de atribuir sustentabilidade ao sistema, apesar de constituírem barreiras de acesso a melhores prazos e valores de benefício aos futuros aposentados.

Na Fiergs, recebeu um documento com propostas para flexibilização das Normas Regulamentadoras (NRs) de Saúde e Segurança do Trabalho e para simplificação do eSocial, que tornou mais rigoroso o controle do governo sobre as obrigações trabalhistas das empresas. Rogério Marinho explicou que a ideia do governo Bolsonaro é desburocratizar, preservando e mantendo de forma decrescente o número de acidentes de trabalho no país. “Estamos, desde o início do ano, debruçados sobre a customização destes temas essenciais, pois dizem respeito à produtividade, mas ao mesmo tempo à segurança e à prevenção de acidentes”, apontou o secretário.

Em relação à proposta de Reforma da Previdência, Marinho disse que o governo deseja ter a matéria aprovada antes do recesso parlamentar, que se inicia em 17 de julho. “Nossa perspectiva é ter voto para aprovar”, comentou. Ele também falou sobre as alterações ocorridas durante os debates na Comissão Especial, citando a exclusão de Estados e municípios e a mudança sobre as regras especiais para o setor da segurança pública. “São muitos atores envolvidos. O próprio regimento da Câmara dificulta algumas questões. Isso não significa que o texto não possa ser novamente alterado. Podem haver concessões em plenário, mesmo que mínimas, no sentido da proposta original”, definiu o secretário especial.


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