Governo busca alternativas para ter os votos do MDB

Governo busca alternativas para ter os votos do MDB

Maior bancada aliada solicitou mudanças aos projetos do pacote de reforma para apoiar medidas em plenário

Flavia Bemfica

Eduardo Leite busca alternativas para ter os votos do MDB

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Parte dos negociadores do Executivo já cogita a possibilidade de aumentar o espaço do MDB no governo Eduardo Leite (PSDB) como forma de convencer pelo menos uma fatia da bancada a rever as emendas que idealizou para alterar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 285 e o projeto de lei (PL) 507. E, ainda, para tentar fazer emedebistas mudarem sua posição sobre o projeto de lei complementar (PLC) 504. Os três projetos integram o pacote de reforma administrativa e previdenciária que o governo pretende começar a analisar em convocação extraordinária da Assembleia a partir de 27 de janeiro (as votações de fato deverão começar dia 28).

A PEC altera 10 artigos da Constituição estadual, mexe em vantagens e no regime previdenciário. O PL 507 é o que muda o plano de carreira do magistério, e tem um substitutivo pronto do próprio Executivo também. O PLC 504 é o que estipula progressividade de alíquotas para servidores militares e o objetivo do governo é que siga o que foi aprovado para os civis em dezembro (alíquotas entre 7,5% e 22%). A estratégia de aumento de espaço pode ser estendida a outras bancadas aliadas. No caso específico do MDB, entre os articuladores do Executivo há quem defenda o retorno temporário do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, à bancada durante as votações, se isso puder significar mais um voto a favor do pacote.

Porque, sem o MDB, o Executivo, contabilizando literalmente todos os aliados, alcançaria não mais do que 28 votos, exatamente o número necessário para a aprovação do PLC 504. A avaliação de articuladores do governo: o número é muito justo para arriscar, não há margem de ajuste e é sempre desaconselhável “ficar nas mãos” de aliados espalhados por bancadas numericamente pequenas. Também consideram difícil tentar “cavar” dissidentes na oposição, mesmo utilizando o argumento do critério da justiça entre servidores civis e militares. PT, PDT e PSol já anunciaram que vão votar contra. A justificativa é a mesma do MDB: a lei federal sancionada recentemente, que estabelece aos militares (com extensão aos estados) alíquotas previdenciárias de 9,5% em 2020 e de 10,5% em 2021. “Temos vários pontos no projeto sobre os quais identificamos problemas, mas nossa assessoria técnica apontou este como o principal”, resume o vice-líder da bancada do PDT, deputado Eduardo Loureiro.

Entenda 

O governo do Estado encaminhou no dia 13 de novembro de 2019 à Assembleia Legislativa um pacote com oito projetos de mudanças nas carreiras e previdência dos servidores públicos. 

Integram o pacote: 

* PEC 285 - altera 10 artigos da Constituição, como vantagens; 
* PLC 503 - mudança na previdência dos servidores civis; 
* PLC 504 - mudança na previdência dos servidores militares; 
* PLC 505 - altera o estatuto do servidor público; 
* PLC 506 - estabelece o subsídio para a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros Militar;
* PL 507 - mudanças no plano de carreira do Magistério;
* PLC 508 - estabelece o subsídio dos servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP); 
* PLC 509 - aposentadoria dos servidores da Polícia Civil. 

Dos projetos, apenas o PLC 503 foi aprovado, no dia 18 de dezembro, na Assembleia, após intensas negociações entre deputados e governo. Como os demais não foram à votação, o Executivo articula fazer uma convocação extraordinária, a ser realizada entre os dias 27 e 31 de janeiro. A Assembleia retoma as atividades no dia 3 de fevereiro. Agora, o governo tem que encaminhar até o dia 22 o requerimento da convocação, além de indicar quais os projetos que serão discutidos em plenário. 


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