Governo cria grupo de trabalho contra exploração de garimpo em terras indígenas

Governo cria grupo de trabalho contra exploração de garimpo em terras indígenas

Coordenado pelo Ministério da Justiça, grupo terá também representantes de cinco ministérios e órgãos como PF e PRF


R7

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O governo federal criou um grupo de trabalho para propor medidas contra a atuação de organizações criminosas na exploração do garimpo em terras indígenas. Composto por seis ministérios e outros órgãos como Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), a portaria com a criação do grupo foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União e assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. 

Farão parte do grupo os ministérios da Justiça e Segurança Pública; dos Povos Indígenas; Minas e Energia; Defesa; Direitos Humanos e Cidadania; Fazenda; além de PF, PRF, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Secretaria de Acesso à Justiça. Os servidores indicados por cada órgão não receberão remuneração para o trabalho.

O grupo terá 60 dias para concluir os trabalhos e surge dias após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Terra Indígena Yanomami. O petista esteve no local, que abriga cerca de 30 mil indígenas, em Roraima, e disse que vai atuar para interromper o garimpo ilegal, além de anunciar que a Polícia Federal vai investigar crimes ambientais na região. A visita foi motivada pelo estado de emergência de saúde pública decretado na região em razão da desnutrição infantil e da disseminação de malária.

Portaria do Ministério da Justiça

De acordo com a portaria, a criação do grupo é justificada por "práticas de crimes e as gravíssimas violações de direitos fundamentais ocasionadas em razão do garimpo ilegal em terras indígenas na região amazônica, inclusive com a notícia de desnutrição e fome que ocasionaram cerca de 570 mortes evitáveis de crianças indígenas Yanomamis (Roraima), nos últimos 4 anos".

Além disso, a Portaria do Ministério da Justiça lembra que a exploração de minério nas terras indígenas e a comercialização posterior pode caracterizar "crimes como usurpação de bens da União, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais". Na última semana, o governo federal exonerou diversos coordenadores da Saúde Indígena do Ministério da Saúde em meio à crise e denúncias de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. 


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