Governo Dilma tem 62% de reprovação, aponta Datafolha

Governo Dilma tem 62% de reprovação, aponta Datafolha

Pesquisa também mostrou insatisfação com Congresso Nacional

Correio do Povo

Pesquisa mostra deterioração da popularidade de Dilma em todos os segmentos sociais

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De acordo com pesquisa Datafolha realizada entre segunda e terça, 62% dos brasileiros classificam a gestão da presidente Dilma Roussef como ruim ou péssima. Esta é a primeira vez que a petista enfrenta insatisfação da maioria da população em relação ao seu governo. Com indicadores de expectativa econômica batendo recordes negativos, a reprovação de Dilma subiu 18 pontos na desde fevereiro, segundo publicação desta quarta-feira da Folha de S. Paulo.

No sentido oposto, a taxa de aprovação chegou ao ponto mais baixo desde o início de seu primeiro mandato. Os que julgam sua gestão como boa ou ótima somam 13%. A pesquisa foi feita com 2.842 eleitores logo após as manifestações de domingo, atos contra Dilma que levaram milhares às ruas.

Com dois pontos percentuais de margem de erro, o levantamento do Datafolha mostra deterioração da popularidade de Dilma em todos os segmentos sociais analisados pelo instituto.

As taxas mais altas de rejeição estão nas regiões Centro-oeste (75%) e Sudeste (66%), nos municípios com mais de 200 mil habitantes (66%), entre os eleitores com escolaridade média (66%) e no grupo dos que têm renda mensal familiar de 2 a 5 salários mínimos (66%).

Já a maior taxa de aprovação está na região Norte, a menos populosa, com 21%. No Nordeste, onde a presidente obteve expressiva votação por sua reeleição, em outubro de 2014, só 16% aprovam seu governo atualmente.

A atual nota média de Dilma é 3,7, também a pior desde sua chegada à Presidência, em 2011. Em fevereiro a nota média era 4,8. No primeiro mandato, a pior média apurada foi 5,6, em pesquisas feitas em junho e julho de 2014.

Rejeição na história

Este patamar só é comparável com os piores momentos dos ex-presidentes Itamar Franco (12% de aprovação em novembro de 1993, época do escândalo do Orçamento, na Câmara) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999, quando a população sentia os efeitos da desvalorização do Real). Além do próprio Collor na fase pré-impeachment (9%).

Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, a pior taxa de aprovação foi de 28%, em dezembro de 2005, logo após a cassação do mandato parlamentar de José Dirceu (PT-SP) na Câmara, acusado de corrupção no mensalão.

Congresso Nacional

Ainda pior que a popularidade de Dilma é a avaliação que a população faz do trabalho do Congresso. A pesquisa mostra que só 9% consideram ótimo ou bom o desempenho dos deputados e senadores.

Para metade da população (50%), a atuação dos congressistas é ruim ou péssima. A taxa só é comparável com as do fim de 1993, período em que a reprovação aos parlamentares oscilou em torno de 56%.

Os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), estão entre os investigados da operação Lava Jato.


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