Governo do RS vai pedir nova empreiteira no Polo do Jacuí

Governo do RS vai pedir nova empreiteira no Polo do Jacuí

Petrobras encerrou contrato com a Iesa, o que deve gerar mil demissões na Região Carbonífera

Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba

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O governador do Estado, Tarso Genro, determinou nesta quarta-feira que seus secretários atuem para amenizar os efeitos provocados pelas demissões que devem ocorrer na próxima semana na Iesa, em Charqueadas. O secretário Jorge Branco, do Gabinete dos Prefeitos, será o responsável por articular medidas junto às secretarias do Trabalho e Desenvolvimento. Segundo Branco, além de medidas diretas de apoio aos trabalhadores da região, o Piratini vai solicitar intervenção do Governo Federal. A ideia do secretário é que a nova licitação que será aberta pela Petrobras preveja instalação da empresa também no Polo Naval do Jacuí.

O secretário também disse ter certeza que a quebra da Iesa não vai desmantelar o Polo Naval do Jacuí. Segundo ele, as previsões de mercado apontam para aquecimento na indústria naval nos próximos anos.

Outra alternativa que já está sendo estudada é deslocar algumas produções do Povo Naval de Rio Grande para o Jacuí. Nesta quinta-feira, o secretário Branco deve ir a Charqueadas, na região Carbonífera, com uma equipe política e técnica para articular medidas para os trabalhadores que serão demitidos. A Iesa, que já apresentava dificuldades de gestão desde a metade do ano, é uma das empreiteiras investigadas por corrupção junto à Petrobras.

Prefeito de Charqueadas defende que somente governo federal pode solucionar demissões

Com a rescisão do contrato da Petrobras com a Iesa para construção de módulos para plataformas de petróleo em Charqueadas, o que deve acarretar ao menos mil desempregos na região, o prefeito do município cobra que o governo federal encontre uma alternativa para os trabalhadores. Em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, Davi Gilmar admitiu que se trata de um “caminho difícil”.

“Um dos caminhos é a Petrobras passar essas encomendas para uma empresa que fique ou venha se instalar em Charqueadas. Nós podemos pressionar com lideranças da região, mas quem tem a chave para solucionar é o governo federal”, afirmou Gilmar, ainda em Brasília, onde se encontrou com o vice-presidente da República para pedir auxílio ao caso.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal) de Charqueadas diz que não há surpresa sobre o estado financeiro da Iesa e as denúncias de corrupção envolvendo os contratos com a Petrobras. Segundo Jorge Silveira de Carvalho, nem mesmo as obrigações trabalhistas eram cumpridas.

“Tudo que entrava aqui que seria para pagar fundo de garantia, salários, eles desviavam para a controladora do grupo. Não pagam trabalhadores e fortalecem os cofres da controladora. É a chamada morte anunciada”, resumiu o sindicalista.

A Petrobras rompeu ontem o contrato com a Iesa Óleo e Gás para construir 16 módulos para plataformas de petróleo na fábrica montada em Charqueadas. A empresa integra o Polo Naval do Jacuí. Até 5 mil trabalhadores diretos e indiretos devem sofrer os impactos das demissões.

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