Governo lança Desenrola, programa voltado para renegociação de dívidas

Governo lança Desenrola, programa voltado para renegociação de dívidas

Projeto deve entrar em vigor em julho e vai beneficiar famílias que ganham até dois salários mínimos e têm dívidas de até R$ 5 mil

R7

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A medida provisória que cria o Desenrola, programa de renegociação de pequenas dívidas, foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União. O anúncio de que o projeto seria oficializado nesta semana já havia sido feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nessa segunda. Segundo ele, a MP seria editada agora para permitir que o programa entrasse em vigor em julho.

Em elaboração desde o início do ano para aliviar a situação de pessoas endividadas, o programa será limitado a famílias que ganhem até dois salários mínimos e estejam devendo até R$ 5 mil. De acordo com o ministro, o Desenrola deverá beneficiar cerca de 30 milhões de pessoas.

Segundo Haddad, o Desenrola levará cerca de um mês para entrar em vigor por causa de burocracias. Nos últimos meses, o lançamento do programa foi adiado sucessivas vezes porque a B3, a bolsa de valores brasileira, estava elaborando o sistema informático para os credores aderirem às renegociações. "Tem uma série de providências burocráticas a serem tomadas até a abertura do sistema dos credores", justificou o ministro.

Apesar de o programa estar atrelado à vontade das empresas credoras, o ministro se disse otimista em relação ao Desenrola. “O programa depende da adesão dos credores, uma vez que a dívida é privada. Mas entendemos que muitos credores vão querer participar do programa dando bons descontos justamente em virtude da liquidez que vão obter, porque vai ter garantia do Tesouro [Nacional]”, comentou Haddad.

Em troca de participar da negociação, a empresa credora terá garantia do Tesouro caso o devedor não consiga honrar os compromissos. Para Haddad, o fato de o Tesouro cobrir eventuais calotes incentivará os credores a oferecerem o máximo de desconto possível aos devedores. “O programa funcionará como um leilão. A ideia é que o credor dê o maior desconto possível, porque ele tem um estímulo para isso [a garantia do Tesouro Nacional]”, explicou o ministro.

Segundo Haddad, bancos oficiais, como o Banco do Brasil, participarão do programa. Ele disse que a instituição financeira considerou positiva a modelagem do Desenrola e estimou que o programa terá sucesso. O ministro afirmou que bancos privados também estão interessados em aderir ao Desenrola.


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