Governo Lula bate recorde e libera R$ 1,7 bilhão em emendas, maior valor nesta gestão

Governo Lula bate recorde e libera R$ 1,7 bilhão em emendas, maior valor nesta gestão

Recursos foram liberados no dia em que Câmara adiou votação da MP de reestruturação da Esplanada dos Ministérios

R7

Texto foi aprovado com 312 votos a favor e 144 contra

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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou na última terça-feira (30) R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, um recorde desta gestão para um único dia. A liberação ocorreu na data em que foi adiada a votação da medida provisória de reestruturação da Esplanada dos Ministérios e da aprovação do marco temporal pela Câmara dos Deputados.

Parlamentares vinham cobrando o governo federal na liberação de emendas e davam sinais de que as votações no Congresso Nacional seriam travadas por causa disso, a exemplo das diversas derrotas sofridas pela gestão Lula, como a aprovação pela Câmara do marco temporal de demarcação das terras indígenas. Os partidos que mais ganharam com a liberação de recursos são os do chamado centrão.

A liberação da quantia bilionária ainda ocorreu na data em que a Câmara dos Deputados adiou a votação da MP que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, inclusive com apoio de líderes governistas. Caso o texto seja rejeitado, a estrutura volta a ser como era na gestão de Jair Bolsonaro (PL), sem as pastas de Igualdade Racial e Povos Indígenas, por exemplo.

Não há, ainda, consenso sobre a medida. O presidente Arthur Lira (PP-AL) tem cobrado da base de Lula uma articulação mais forte para que a proposta seja aprovada. Temendo uma rejeição ao texto, Lula procurou o parlamentar a fim de evitar uma nova derrota na Casa.

O governo tenta recuperar o tempo perdido e corre para articular a aprovação da MP. Durante a manhã desta quarta-feira (31), Lira reuniu lideranças para contar votos e recebeu, inclusive, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para buscar um acordo.

Para que a medida seja aprovada na Câmara dos Deputados, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis entre 513 parlamentares. O governo será derrotado caso esse número não seja atingido ou a matéria não seja sequer votada, expondo a fragilização política de Lula e, sobretudo, comprometendo a organização dos ministérios.

Os ministérios que correm o risco de deixar de existir têm orçamento de R$ 1,33 trilhão para 2023. Ao todo, 17 pastas podem acabar. Delas, cinco são comandadas atualmente por nomes do PT e três estão sob a alçada do MDB. O PSB deixaria de ter dois ministérios; o PSOL, PDT e PSB perderiam uma pasta cada.


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