Governo Lula completa 100 dias com pressões

Governo Lula completa 100 dias com pressões

Atual gestão focou na recuperação de projetos antigos e articulação internacional, mas enfrenta dificuldades nas áreas econômica e política

Correio do Povo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial

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O terceiro governo do presidente Lula (PT) completa, nesta segunda-feira, 100 dias com o desafio de criar uma agenda positiva e a necessidade de amenizar os impasses econômicos e políticos. Para marcar a data, Lula fará, ao lado de ministros, a apresentação de um balanço da gestão, assim como o lançamento da campanha “o Brasil voltou”, que já começou a circular nas redes sociais neste final de semana. Ao publicar o vídeo, o presidente escreveu: “voltamos para cuidar do povo brasileiro, e é isso que estamos fazendo. Seguiremos trabalhando juntos por um Brasil de mais direitos e oportunidades”.

Nesta primeira etapa da gestão, Lula recuperou programas de gestões petistas anteriores – que ainda estão em processo de implementação – como é o caso do novo Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos. Além disso, a expectativa é de que haja o relançamento de uma versão similar ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Neste período Lula também focou, assim como disse na sua campanha, na articulação internacional. A agenda contou com viagens para Argentina, Uruguai e Estados Unidos. Nesta semana cumprirá agendas na China, viagem que foi adiada. Após, deverá fazer roteiro pela Europa. 

O petista também enfrentou nos últimos 100 dias situações delicadas com ministros. Chegou a desmentir anúncios e também enfrentou o desgaste de dois deles (Juscelino Filho, das Comunicações; e Daniela Carneiro, do Turismo). Um exemplo foi a fala do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que prometeu um projeto de passagens aéreas a R$ 200 para alguns grupos, o “Voa Brasil”. Anúncio informal gerou críticas internas. Lula chegou a pedir aos ministros que “nenhuma genialidade” fosse anunciada sem passar pela Casa Civil.

A composição do ministério também passou por alguns acertos políticos, como a tentativa de consolidar uma base sólida no Congresso. O que, mesmo com a aliança com o Centrão, não é tida como concreta. 

A questão econômica ainda tem gerado os maiores estremecimentos da gestão. Após apresentar a PEC da Transição, ainda antes de tomar posse, que alterou o chamado Teto de Gastos, a equipe econômica do governo discute a proposta de um novo arcabouço fiscal para o ajuste das contas públicas. Linhas gerais da iniciativa foram apresentadas, mas efetivamente, o projeto ainda não foi enviado ao Congresso Nacional. Algumas manifestações do presidente também geraram críticas nesse período, como em relação à política de taxa de juros, sendo o alvo o Banco Central. 


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