Governo não vai pedir para Daniela Carneiro se demitir, afirma Padilha
Ministra do Turismo deve deixar pasta para dar lugar a outro político do União Brasil, mas Lula não quer que ela peça para sair
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O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira que o governo não faz pressão para que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, peça demissão para acelerar a saída dela da pasta. “Tanto do presidente Lula quanto do ministro da coordenação política, não existe qualquer tipo de pressão de qualquer pedido para a ministra Daniela Carneiro. Não existe absolutamente nada disso”, afirmou Padilha. A saída de Carneiro já é tratada como certa dentro do governo, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adiado a definição devido à relação de proximidade que tem com a ministra.
O partido dela, o União Brasil, aguarda a mudança desde que Daniela anunciou, em abril, que deixaria a legenda. Ao longo do mês passado, a legenda deu recados a Lula de que a troca seria necessária caso o presidente quisesse contar com os votos do partido no Congresso.
Em votações de temas delicados para o governo, como a de um projeto que anulou as alterações promovidas pelo chefe do Executivo no Marco do Saneamento Básico, o União Brasil votou em peso contra o Palácio do Planalto. O partido, inclusive, já tem um nome para substituir Daniela: o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). Segundo Padilha, ao longo desta semana ele vai conversar com dirigentes da legenda para tratar da troca.
“É absolutamente natural que um partido que indicou nomes para o ministério possa em algum momento querer rediscutir essa composição. É absolutamente natural isso, se de fato isso se concretizar. Isso faz parte da democracia, do debate político”, destacou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais.
Segundo Padilha, nos encontros com os representantes do partido ao longo da semana ele vai discutir se o União Brasil também quer mudanças nas outras pastas que comanda no governo Lula: Comunicação e Integração e Desenvolvimento Regional.
“O União Brasil fez a discussão genérica sobre a necessidade de reformulação dos seus nomes. Nessas conversas, vamos ter uma definição exatamente do que significa isso, qual ministério, qual é o espaço em relação a isso.”
Padilha garantiu que o governo não pensa em fazer mudanças no Ministério da Saúde e disse também que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não pediu a Lula o comando de algumas das pastas do governo. “Em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou ministério, ocupar qualquer ministério do governo. Temos que ser justos em relação a isso. Também queremos posicionar claramente que o presidente Lula, em nenhum momento, desde a montagem do seu governo, desde a escolha dos ministros e ministras, colocou o Ministério da Saúde como cota partidária de qualquer partido.”