Governo pode fazer mudanças na proposta orçamentária, admite Barbosa
Peça de 2016 prevê déficit de R$ 30,5 bilhões
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Barbosa repetiu que a maior parte das despesas primárias é formada por despesas obrigatórias, cálculos do governo apontam que 90,5% do Orçamento de 2016 está comprometido, e avaliou ainda que o governo se esforçou para conter despesas discricionárias. "O gasto em termos reais previsto para o ano que vem compra menos que ele comprava há quatro anos", disse o ministro, após a reunião com deputados do PP na Câmara.
No encontro, apesar dos apelos principais de Barbosa centrarem na manutenção de vetos da presidente Dilma Rousseff (PT), que podem ser votados hoje, o relator-geral do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR) admitiu, ao lado do ministro, ter recebido pressões para devolver a proposta orçamentária, o que não irá ocorrer, segundo o parlamentar. "O Congresso tem absoluta competência pra consertar o orçamento, jamais devolvê-lo", disse Barros, lembrando ainda que o governo ainda pode alterar a proposta durante a tramitação.
Antes de deixar o parlamento, Barbosa foi indagado por jornalistas sobre o aumento do limite do faturamento de empresas para o recolhimento do Supersimples, aprovado ontem na Câmara, mas não se manifestou.
Levy
O ministro do Planejamento afirmou que é "sempre bom o governo perseguir o resultado primário mais elevado possível" e reafirmou que e equipe econômica segue empenhada "na construção de medidas de médio e longo prazo para melhorar o fiscal do Brasil". Ele voltou a negar divergências com o ministro Joaquim Levy, da Fazenda. "Estamos (eu e Levy) falando a mesma coisa", disse Barbosa, na Câmara dos Deputados, após reunião com a bancada do PP por quase duas horas.
Barbosa disse que a proposta orçamentária "foi construída por toda equipe econômica", com o déficit previsto de R$ 30,5 bilhões em 2016 e rebateu analistas que preveem um rombo maior no Orçamento. "Vocês tem de perguntar aos analistas. Temos previsão de receita, estamos confiantes nessa previsão", afirmou.