Governo Temer tem sexta queda de ministros em menos de 200 dias

Governo Temer tem sexta queda de ministros em menos de 200 dias

Secretário-Geral pediu exoneração após depoimento de Calero sobre tráfico de influência

Correio do Povo

Governo Temer perdeu seis ministros nos últimos 196 dias

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Depois de 196 dias após assumir interinamento o governo Michel Temer (PMDB), Geddel Vieira Lima (PMDB) é o sexto ministro a cair por envolvimentos com supostos casos de corrupção, pactos para derrubar a Lava Jato e pressionar secretário para favorecimentos pessoais. Confira a lista de políticos que foram colocados no Governo Federal e deixaram a administração com escândalos:

• Romero Jucá (Ministério do Planejamento) – 23 de maio

Uma semana e meia após assumir o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), anunciou que iria se licenciar do cargo. No mesmo dia, o jornal Folha de São Paulo divulgou conversa em que Jucá sugere um "pacto" para barrar a Lava Jato ao falar com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No último dia 17, passou a ser líder do governo Temer no Congresso Nacional.

• Fabiano Silveira (Min da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União) – 30 de maio

Mesmo depois do presidente Michel Temer telefonar e garantir que o ministro continuava no cargo, Fabiano Silveira entregou carta de demissão depois que centenas de servidores anunciarem que deixariam o cargo se ele permanecesse como ministro da Transparência. Silveira também teve áudios divulgados com conversas com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nas conversas, quando o ministro ainda era do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele aconselha Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

• Henrique Eduardo Alves (Ministro do Turismo) – 16 de junho

Henrique Alves é mais um dos citados na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ele acusou de ter repassado ao ex-ministro R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Ligado ao presidente Michel Temer, o político foi o primeiro a entregar o cargo de ministro quando o impeachment de Dilma Rousseff (PT) começou a ganhar força. Alves já era alvo da Operação Lava Jato investigado por supostamente ter se beneficiado do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

• Fábio Medina Osório (Advocacia Geral da União)
– 9 de setembro

Três meses depois de pedir que as empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras devolvessem dinheiro aos cofres públicos, o advogado-geral da União Fábio Medina Osório foi exonerado do cargo. Em entrevista a Revista Veja, Osório fez críticas ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmando que o gaúcho teria pedido para não atuar na questão da Lava Jato e que teria feito uma campanha difamatória contra ele. Para o advogado-geral, o “Governo Temer quer abafar a Lava Jato (devido ao envolvimento de muitos políticos de todos os partidos no caso de corrupção)”.

• Marcelo Calero (Ministro da Cultura) – 18 de Novembro

Marcelo Calero pediu demissão do Ministério da Cultura por se sentir pressionado pelo Secretário-Geral do Governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima, para a liberar a construção de um edifício em Salvador (BA) onde comprou um apartamento na planta, em uma área de interesse histórico. Em depoimento a Polícia Federal, Calero admitiu que foi pressionado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para "encontrar uma saída" para a obra de interesse do ministro Vieira Lima. Além de sofrer pressão do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O gaúcho admitiu que conversou com Calero e teria sugerido que buscasse uma solução a "controvérsia entre os órgãos públicos federais" junto a Advocacia Geral da União.

• Geddel Vieira Lima
– 25 de novembro

Geddel Vieira Lima pediu demissão nesta sexta-feira em função da crise causada pela acusação de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. Ele foi acusado de pressionar para autorizar que o Iphan da Bahia liberasse a construção de um prédio onde o ministro tinha adquirido um apartamento. O então ministro da Cultura relatou o ocorrido a Temer e, quando percebeu, que o presidente ficou ao lado de Geddel, anunciou a sua demissão.

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