Greve geral chama atenção, mas não coloca dinheiro no caixa, diz Feltes

Greve geral chama atenção, mas não coloca dinheiro no caixa, diz Feltes

Secretário da Fazenda pediu bom senso aos servidores e reafirmou o respeito as mobilizações

Bibiana Borba / Rádio Guaíba

Secretário da Fazenda pediu bom senso aos servidores e reafirmou o respeito as mobilizações

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Em conversa com jornalistas antes de encontrar empresários na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), nesta quarta-feira, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, voltou a pedir bom senso aos servidores públicos revoltados com o parcelamento dos salários. Reafirmou que o governo respeita as mobilizações e lamenta a situação crítica, mas lembrou que a paralisação de serviços não vai ajudar a melhorar a crise financeira. Sobre a possibilidade de greve geral anunciada por entidades sindicais, Feltes ainda cobrou que líderes de servidores mantenham os limites da lei e não criem clima de terror na sociedade.

“Um governo democrático seguramente não vai deixar de respeitar essas decisões, mas também confiamos na razoabilidade, em especial das líderes mais experimentadas em situações semelhantes no Estado, para que neste momento de emergência o bom senso se imponha. Respeitar, sim. Mas creio, também — e me perdoem, não como provocação —, movimento paredista serve para nos alterar, chamar atenção e um sem número de situações, mas não coloca dinheiro para dentro do caixa do Tesouro do Estado”, declarou.

Feltes garantiu que, se houver determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o Estado vai cumprir o pagamento integral dos salários dos servidores. Porém, alertou que a implicação pode limitar ainda mais repasses essenciais a áreas como segurança e saúde. O secretário disse, porém, acreditar no apoio dos ministros do STF para que o Estado supere o que considera a maior crise financeira da história. Ele lembrou que no governo de Yeda Crusius houve permissão da Suprema Corte para o atraso de pagamento do funcionalismo.

“Até mesmo nossa mais alta corte, na época presidida pelo ministro Gilmar Mendes, concedeu no governo Yeda Crusius (PSDB) a possibilidade de parcelar ou postergar salários diante de dificuldades momentâneas financeiras e, felizmente para ela, o Estado e servidores, logo depois superadas. Agora, a situação é muito mais aguda do que fora naquela oportunidade”, disse.

O representante do Executivo não confirmou o conteúdo de nenhum dos projetos de lei de ajuste fiscal que devem ser encaminhados à Assembleia Legislativa nos próximos dias. A possibilidade de aumento de impostos é admitida, mesmo diante dos empresários insatisfeitos.

Quanto à ampliação do limite de saques dos depósitos judiciais, dos atuais 85% para 95%, Feltes também aceita como possibilidade, mas lembra que, em função dos juros, essa não é a solução mais adequada. A sugestão foi apresentada hoje pela bancada do PT na Assembleia Legislativa (AL).

Para os deputados do partido, a elevação dos saques é a solução imediata para cumprir com o pagamento dos salários por ao menos três meses. O governo, segundo Feltes, deve também encaminhar à AL, ainda em agosto, um pacote de medidas a médio e longo prazo para tentar estabilizar a situação financeira.

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