Guedes está convencido que Maia trabalha para "explodir" as finanças do governo

Guedes está convencido que Maia trabalha para "explodir" as finanças do governo

Os dois não têm mais contato, como revelou o próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista

AE

Guedes e Maia: ministro e deputado definiram como "eixo de governabilidade" a agenda econômica liberal

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A votação do projeto de socorro emergencial do governo a estados e municípios fez romper a relação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois não têm mais contato, como revelou o próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde. Guedes está convencido que Maia trabalha para "explodir" as finanças do governo e inviabilizar uma recuperação econômica do país numa articulação com os dois principais adversários do presidente: os governadores João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro).

A auxiliares e amigos, Guedes tem repetido nas últimas semanas que o governo não vai financiar o que chama de "farra eleitoral" com disfarce de combate à Covid-19. O ministro compartilha da visão do presidente, que, em entrevista, acusou Maia de querer dar um golpe político no governo ao colocar os governadores contra Bolsonaro e posar de "primeiro-ministro".

O presidente da Câmara, por outro lado, reclama que a equipe de Guedes se valeu de números "fakes" para impedir uma ajuda mais do que necessária aos governadores e prefeitos. Numa das últimas mensagens trocadas com Maia, o ministro mandou uma mensagem pelo celular acompanhada de artigo dos economistas Marcos Lisboa e Marcos Mendes alertando para o problema que a proposta de ajuda aos estados poderia gerar. A resposta do outro lado: "Está tudo tranquilo. Eu vou aprovar".

Guedes disse que não havia acordo. "Daqui não passo", declarou o ministro da Economia, que vem chamando o projeto da Câmara de "arrombamento geral da República". Mesmo com a articulação do governo, no Senado não houve acordo para votação essa semana, principalmente depois que 25 governadores pediram em carta que os senadores aprovassem integralmente o projeto.


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