Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por fraude em cartões de vacina

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por fraude em cartões de vacina

Ação da PF ocorreu após a conclusão das investigações da Operação Venire

Estadão Conteúdo

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por fraude em cartões de vacina

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A imprensa internacional repercutiu nesta terça-feira o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal (PF) por fraude em cartões de vacina contra a Covid-19. A ação da PF ocorreu após a conclusão das investigações da Operação Venire, que apurou falsificações no sistema do Ministério da Saúde. O ex-chefe do Executivo foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. Também foram indiciados outras 16 pessoas entre militares, servidores públicos e ex-assessores de Bolsonaro. Segundo a PF, o ex-presidente ordenou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, fraudasse o cartão dele e o da filha, Laura. As irregularidades investigadas pela corporação foram feitas nos sistemas de unidades de saúde de Duque de Caxias (RJ) e Cabeceiras (GO).

O jornal The New York Times, dos Estados Unidos, destacou que a investigação é 'mais uma que se aproxima do ex-presidente', fazendo referência ao inquérito que investiga Bolsonaro e seus aliados por uma tentativa de golpe de Estado após o término das eleições de 2022. A reportagem também disse que o ex-presidente entrou nos EUA 'várias vezes enquanto o país exigia comprovantes vacinais'.

O La Nación, da Argentina, citou a viagem aos Estados Unidos no título da reportagem e afirmou que Mauro Cid era a 'sombra' do ex-presidente enquanto ele esteve à frente do Palácio do Planalto.

O britânico The Guardian disse que Bolsonaro foi 'um dos poucos líderes mundiais a protestar contra a vacina', 'incentivando a sociedade a seguir o seu exemplo'. O jornal também afirmou que o ex-presidente mantém uma base eleitoral firme, citando as centenas de milhares de apoiadores que foram até a Avenida Paulista no ato convocado por ele no final do mês passado.

O jornal espanhol El País apontou que, desde que Bolsonaro deixou o poder em 2022, as investigações contra ele 'se multiplicaram'. O periódico destacou que o certificado vacinal foi necessário para que Bolsonaro pudesse viajar para os Estados Unidos, nas vésperas do fim do seu mandato, como forma de 'evitar a posse' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O jornal norte-americano The Washington Post publicou uma reportagem chamando o ex-chefe do Executivo de 'antivacina'. Segundo o veículo, 'o indiciamento certamente inflamará ainda mais a divisão no Brasil, polarizada por quatro anos de retórica incendiária de Bolsonaro, negação científica e políticas governamentais conservadoras de linha dura'.

A reportagem do jornal português Diário de Notícias afirma que a PF encontrou elementos que comprovam crime por parte do ex-presidente. 'O processo segue agora para o Ministério Público, que decide se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração', destacou o veículo de comunicação lusitano.


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