Inflação baixa não significa preços em queda, mas subindo menos, diz Meirelles

Inflação baixa não significa preços em queda, mas subindo menos, diz Meirelles

Segundo ministro, população não tem percepção de inflação baixa por consequência de aumento dos preços

AE

Segundo ministro, população não tem percepção de inflação baixa por consequência de aumento dos preços

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Após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2017 ter ficado em 2,95%, abaixo do piso da meta (3,0%) do ano passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta quinta-feira que a população ainda não tem a percepção de uma inflação baixa porque os preços estavam aumentando muito até um ano e meio atrás.

"Inflação baixa não significa que preços estão caindo, mas que estão subindo menos. A população acha que a inflação está alta porque ela de fato estava alta um ano e meio atrás. As pessoas se lembram de um preço de dois anos trás e dizem que o preço subiu muito", argumentou, em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo.

O ministro explicou que a inflação é calculada a partir de uma média de preços da economia que não considera apenas os itens que subiram muito e que chamam mais atenção - como gasolina e gás - ou os itens que baixaram muito - como alimentos. "Ninguém gasta 100% do orçamento só com gás, ou só com feijão, é preciso medir a média", completou.

Meirelles disse ainda que quando os preços não sobem nada, também há um problema econômico que outros países já tiveram que enfrentar. "Preço caindo parece bom, mas leva a problema na economia também, porque os consumidores param de comprar esperando que o preço continue caindo", citou. Por isso, disse o ministro, o ideal é que a inflação esteja sempre próxima da meta, que no ano passado era de 4,5%. "Apesar de ter ficado abaixo do piso, o resultado foi bom porque Brasil vinha com inflação alta. Inflação baixa melhora número de empregados e aumenta atividade econômica", acrescentou.

O ministro repetiu que o governo espera que sejam criados 2 milhões de empregos em 2018, mas admitiu que ainda há muitas pessoas desempregadas. Segundo ele, a economia não reage em saltos, por isso a sensação de bem estar da população deve melhorar gradualmente. "O poder de compra está aumentando com inflação baixa e aumento do emprego", destacou.

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