Itamaraty protesta contra retenção de brasileiro em aeroporto de Londres

Itamaraty protesta contra retenção de brasileiro em aeroporto de Londres

Homem é companheiro de jornalista norte-americano que revelou escândalo de espionagem

Agência Brasil e AE

Jornalista Glenn Greenwald falou ao Senado brasileiro

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O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou nota neste domingo em que classifica como "medida injustificável" a retenção de um brasileiro no aeroporto de Heathrow, em Londres, por nove horas, período em que ficou incomunicável. David Miranda, de 28 anos, é companheiro do jornalista norte-americano Glenn Greenwald que revelou a estratégia de espionagem cibernética do governo dos Estados Unidos, feito pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

As reportagens, baseadas em documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à NSA, foram publicadas no jornal The Guardian. Em artigo publicado domingo no site do jornal, Greenwald avalia o episódio com uma tentativa fracassada de intimidação e diz que produzirá efeito oposto ao esperado.

Segundo o documento, o governo brasileiro manifesta "grave preocupação" em relação ao episódio, ocorrido neste domingo. A ação, de acordo com o Itamaraty, foi baseada na legislação britânica de combate ao terrorismo e envolveu uma pessoa "contra quem não pesam quaisquer acusações que possam legitimar o uso de referida legislação." "O governo brasileiro espera que incidentes como o registrado hoje com o cidadão brasileiro não se repitam", diz a nota que não informa a identidade do brasileiro retido.

Também por suspeitas de ligação com terrorismo, policiais de Londres mataram, em 2005, o mineiro Jean Charles de Menezes, de 27 anos. Ele foi confundido com um suspeito terrorista em um trem do metrô da capital britânica. A morte de Jean Charles ocorreu depois de uma série de atentados ao sistema de transporte público de Londres.

No início de agosto, Glenn Greenwald esteve no Senado brasileiro e afirmou ter provas de que os americanos usam a rede para obter vantagens comerciais e tecnológicas. A afirmação foi contra o argumento do governo de Barack Obama de que a NSA usa a vigilância para proteger seus cidadãos do terrorismo.


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