Janot aponta perseguição em CPMI e diz que "roteiro de delação" incrimina Miller
Quebra de sigilo dos e-mails de Marcelo mostram esquema de estratégia sobre acordo da JBS
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"O fato de o presidente da República ter sido acusado da prática de mais de um crime, no exercício da Presidência, não é notícia. A notícia é que um dos 'braços direitos do procurador' instruiu a JBS a se comportar desta ou daquela maneira", afirmou Janot em tweet publicado nesta quinta-feira.
O ex-PGR destacou que, ao vir à tona um guia no qual Miller alertava sobre empecilhos que seriam colocados por seus colegas da Procuradoria, ficaria ainda mais claro que ele agiu sozinho para beneficiar os irmãos Batista. O material vazado pela CPI mista que investiga as irregularidades na delação também inclui uma possível proposta de honorários feita por Miller a delatores - não está claro se o caso seria o da JBS. Pelo texto, o ex-procurador receberia até R$ 15 milhões por fornecer informações privilegiadas de dentro do Ministério Público Federal (MPF).
O grupo J&F começou a negociar o acordo de leniência em março e Marcello Miller atuou como procurador da República até abril deste ano, quando deixou o MPF para integrar um escritório de advocacia que chegou a defender os empresários. A revelação sobre a possível atuação dupla do ex-procurador levou Rodrigo Janot, então titular da PGR, a rescindir os acordos de leniência e os benefícios dos quais a JBS poderia usufruir pelas delações. Ele também encaminhou pedido de prisão de Miller, que foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta semana, a CPMI da JBS convocou o ex-chefe de gabinete de Janot Eduardo Pelella para depor - iniciativa que o ex-PGR também sugere fazer parte da tentativa de senadores e deputados de incriminá-lo no caso.