Janot diz que trabalho de investigação "não é fácil" e "não agrada ninguém"

Janot diz que trabalho de investigação "não é fácil" e "não agrada ninguém"

Procurador-geral relatou que, na democracia, o investigador não escolhe alvos

Agência Brasil

Janot defendeu a independência do Ministério Público e disse que, na democracia, o investigador não escolhe alvos

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a atividade de investigação "não é fácil" em alguns momentos e que "não agrada ninguém". Janot participou nesta terça-feira, da sessão extraordinária do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), onde recebeu apoio dos conselheiros. "Agradeço as palavras de apoio e confesso que, em determinados momentos, não é fácil", disse Janot, responsável pela apresentação de denúncias contra autoridades no âmbito da Operação Lava Jato. 

"Nesse momento de turbilhão que a gente vive, a vida é, de acordo com o desencadear dos fatos, é um verdadeiro carrossel. Você está do céu e ao inferno em 24 horas. Você não agrada ninguém, porque a atividade de investigação é sempre descobrir, e como a gente tem que investigar profissionalmente, a investigação profissional não tem cor, não tem ideologia, não tem lado", acrescentou.

O procurador-geral defendeu a independência do Ministério Público e disse que, na democracia, o investigador não escolhe alvos. "Deus me livre do local em que o investigador possa escolher previamente a pessoa que quer investigar. Isso não é democracia, não é Estado de Direito. As investigações nos levam para um ou para outro caminho. O que acho é que temos quer ser retos enquanto atividade do Ministério Público, independentemente de quem deva ser, com todo o respeito e todas as garantias constitucionais, mas que deva ser investigada e republicanamente receber o mesmo tratamento, a mesma lei", disse.

Prisão de autoridades

Na última sexta, ao participar do encerramento de encontro com representantes do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, Janot negou que o vazamento de informações sobre os pedidos feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato tenha partido do MPF.

Na ocasião, sem citar nomes, o procurador rebateu críticas sobre o vazamento de informações e disse que as insinuações são um "efeito colateral do trabalho sério e responsável" que vem desenvolvendo e que não possui "transgressores preferidos" e que isso é demonstrado pelo "leque sortido" de autoridades investigadas e processadas.

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