Janta deixa liderança do governo na Câmara de Porto Alegre criticando "extremos"
Vereador afirmou seguir apoiando projeto de Melo, mas disse que não defenderia no parlamento o "legado" do governo Bolsonaro
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O vereador Claudio Janta (Solidariedade) deixou a liderança do governo Sebastião Melo na Câmara de Porto Alegre, cargo que volta a ser de Idenir Cecchim (MDB), enfatizando que o alinhamento político nacional influenciou na mudança. Com a vida política construída como sindicalista, Janta afirmou que seguirá acreditando e defendendo o projeto social do governo, porém com mais liberdade para apresentar "críticas construtivas", como definiu ao usar a tribuna na sessão legislativa desta segunda-feira.
"Não é questão de ter um sindicalista (como líder), é questão de ter alguém que não é 'direitoso' na liderança. A questão é ter alguém que não defenda o porte de arma na liderança do governo. A questão é ter alguém que tenha que dizer aqui que nosso governo permite que Porto Alegre seja a melhor cidade para investimento no Brasil, mas ela tem que ser também a melhor cidade para as pessoas viverem", disse no momento mais inflamado de sua fala.
Janta garantiu que segue apoiando o governo, mas criticou o que chamou de "quinto turno", contando os dois das eleições municipais de 2020, os dois das eleições federais em 2022. Para ele, esse "turno" é a manutenção do radicalismo da disputa da "extrema direita e da extrema esquerda", algo que não se enquadraria no projeto de governo, que buscava o centro. Janta reforçou críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem citar seu nome.
"Não tenho como ficar defendendo o legado de um governo que deixou milhões de pessoas morrendo de fome. Não tenho como defender o legado de um governo que deixou milhares de desempregados. Não tenho como defender um governo que deixa um legado de miséria nesse país. Não tenho e não vou defender", enfatizou, pedindo que os colegas parlamentares foquem quem discutir os problemas da cidade, não os problemas federais.
Apoios distintos
Janta lembrou que está junto ao prefeito desde o desenho do projeto para que assumisse a prefeitura. "Tínhamos a convicção que precisava ser um processo que unisse a periferia e as regiões da Encol e do Parcão, que unisse o capital com o trabalho, o empreendedorismo, a política liberal, com a social."
O vereador lembrou que com esse enfoque o partido apoiou Roberto Argenta (PSC) na disputa ao Piratini e Simone Tebet (MDB) à presidência no primeiro turno, optando por Eduardo Leite (PSDB) e Lula (PT) no segundo.
Enquanto isso, Sebastião Melo (MDB) integrava uma dissidência de sua sigla, que declarou apoio a Onyx Lorenzoni (PL), em âmbito estadual, e Jair Bolsonaro (PL), na esfera liberal.