Janta deixa liderança do governo na Câmara de Porto Alegre criticando "extremos"

Janta deixa liderança do governo na Câmara de Porto Alegre criticando "extremos"

Vereador afirmou seguir apoiando projeto de Melo, mas disse que não defenderia no parlamento o "legado" do governo Bolsonaro

Felipe Nabinger

Claudio Janta promete seguir defendendo projeto social do governo Melo

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O vereador Claudio Janta (Solidariedade) deixou a liderança do governo Sebastião Melo na Câmara de Porto Alegre, cargo que volta a ser de Idenir Cecchim (MDB), enfatizando que o alinhamento político nacional influenciou na mudança. Com a vida política construída como sindicalista, Janta afirmou que seguirá acreditando e defendendo o projeto social do governo, porém com mais liberdade para apresentar "críticas construtivas", como definiu ao usar a tribuna na sessão legislativa desta segunda-feira.

"Não é questão de ter um sindicalista (como líder), é questão de ter alguém que não é 'direitoso' na liderança. A questão é ter alguém que não defenda o porte de arma na liderança do governo. A questão é ter alguém que tenha que dizer aqui que nosso governo permite que Porto Alegre seja a melhor cidade para investimento no Brasil, mas ela tem que ser também a melhor cidade para as pessoas viverem", disse no momento mais inflamado de sua fala.  

Janta garantiu que segue apoiando o governo, mas criticou o que chamou de "quinto turno", contando os dois das eleições municipais de 2020, os dois das eleições federais em 2022. Para ele, esse "turno" é a manutenção do radicalismo da disputa da "extrema direita e da extrema esquerda", algo que não se enquadraria no projeto de governo, que buscava o centro. Janta reforçou críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem citar seu nome.

"Não tenho como ficar defendendo o legado de um governo que deixou milhões de pessoas morrendo de fome. Não tenho como defender o legado de um governo que deixou milhares de desempregados. Não tenho como defender um governo que deixa um legado de miséria nesse país. Não tenho e não vou defender", enfatizou, pedindo que os colegas parlamentares foquem quem discutir os problemas da cidade, não os problemas federais.

Apoios distintos

Janta lembrou que está junto ao prefeito desde o desenho do projeto para que assumisse a prefeitura. "Tínhamos a convicção que precisava ser um processo que unisse a periferia e as regiões da Encol e do Parcão, que unisse o capital com o trabalho, o empreendedorismo, a política liberal, com a social."

O vereador lembrou que com esse enfoque o partido apoiou Roberto Argenta (PSC) na disputa ao Piratini e Simone Tebet (MDB) à presidência no primeiro turno, optando por Eduardo Leite (PSDB) e Lula (PT) no segundo.

Enquanto isso, Sebastião Melo (MDB) integrava uma dissidência de sua sigla, que declarou apoio a Onyx Lorenzoni (PL), em âmbito estadual, e Jair Bolsonaro (PL), na esfera liberal.


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