JBS teria distribuído R$ 1,1 bilhão de propina para políticos, afirma revista

JBS teria distribuído R$ 1,1 bilhão de propina para políticos, afirma revista

Em 2014, teriam sido beneficiados integrantes de 27 partidos, em todos os estados brasileiros, segundo reportagem da Época

Correio do Povo

Empresário teria pago propinas a políticos de todos os estados

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A Revista Época afirmou que a JBS teria distribuído R$ 1,1 bilhão em propina a diversos políticos, de vários partidos. Apenas o presidente Michel Temer teria recebido R$ 22 milhões, conforme a capa da revista. Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff também teriam recebido dinheiro, em contas dos Estados Unidos.

A propina teria sido paga “de lá para cá, para tudo que é político de tudo que é partido – a JBS não discriminava ninguém”, afirmou o veículo, que teve acesso aos documentos da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista para a Lava Jato, que incluiriam “planilhões de propina que perfazem quase dez anos de campanhas – da eleição municipal de 2006 à eleição presidencial de 2014”. De 2006 a 2017, “a contabilidade da propina da JBS – e outras empresas dos irmãos Batista – a políticos é espantosa: R$ 1,1 bilhão”, publicou a Época.

Desse volume de pagamentos, R$ 301 mil teriam ocorrido em dinheiro vivo, R$ 395 mil por meio de empresas indicadas por políticos e R$ 427,4 milhões em doações oficiais. Apenas na campanha de 2014, a JBS teria investido quase R$ 600 milhões: “R$ 433 milhões em doações oficiais, R$ 145 milhões entre pagamentos a empresas indicadas por políticos e dinheiro vivo – tudo isso já com a Lava Jato na rua”, informou a revista.

“Os acertos com os políticos eram feitos por Joesley Batista (na maioria dos casos), por seu irmão Wesley (em poucos casos) e pelo lobista Ricardo Saud, todos colaboradores da Procuradoria-Geral da República”, informou o veículo. Conforme a Época, “no raciocínio dos irmãos e de alguns de seus executivos, hoje delatores, os pagamentos, seja pelo caixa oficial, seja por empresas indicadas pelos políticos, seja diretamente por meio de dinheiro vivo, eram um investimento por favores futuros ou uma quitação por favores pretéritos”.

Haveria uma relação entre o dinheiro que saía da empresa e o que os políticos faziam por ela, mas não havia critério ideológico: “em 2006, a JBS pagou propina para políticos de 11 partidos em seis estados; em 2014 foram beneficiados integrantes de 27 partidos em todos os estados brasileiros”.

Conforme um vídeo publicado no site da revista, a propina da JBS paga por financiamentos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) à empresa teria abastecido a campanha de Dilma Rousseff à reeleição em 2014. A cada liberação de recursos, um percentual iria para duas contas nos Estados Unidos. Na “conta Lula”, conforme a revista, teriam sido depositados R$ 162 milhões desde 2009. Já na “conta Dilma”, os depósitos somariam R$ 185,5 milhões desde 2010, segundo a publicação. Os valores da propina, cuja soma atingiria R$ 347,8 milhões, seriam acertados com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Conforme a reportagem, para não perder as vantagens em caso de vitória do PSDB nas eleições, a empresa também teria ajudado Aécio Neves a “comprar aliados”. A reportagem cita também pagamentos fraudulentos que teriam sido feitos a José Serra em sua campanha presidencial de 2010 e “casos inéditos”, como a propina de US$ 1 milhão que teria sido paga a Antonio Palocci, também em 2010.

A Época também afirmou que pagamentos em dinheiro vivo teriam sido feitos ao presidente do Senado, Eunício Oliveira e a ministros do governo Temer, como Bruno Araújo, Gilberto Kassab, Helder Barbalho e Marcos Pereira, entre outros parlamentares. “Kassab, por exemplo, também aparece como beneficiário de um valor extraordinário em propinas, recebidas, segundo os documentos, até o ano passado: R$ 18 milhões”, informou a revista.

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