José Yunes é aconselhado a realizar delação premiada, diz jornal

José Yunes é aconselhado a realizar delação premiada, diz jornal

Gestor negou possibilidade e se absteve de culpa

Correio do Povo

Gestor negou possibilidade e se absteve de culpa

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O empresário José Yunes, amigo pessoal do presidente Michel Temer foi aconselhado a realizar delação premiada. A investigação foi aberta após processos indicarem suposto pagamento de propina ao grupo liderado pelo presidente. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

O diretor negou a ideia, afirmando que não há formas de contribuir neste momento, já que diz não ter participado de acordos de financiamento de campanha. Disse ainda não ter conhecimento sobre pagamento de propina ao presidente da República.

Policial revelou entrega de dinheiro

O policial militar Abel de Queiroz teria revelado em depoimento sigiloso, em março, para a Polícia Federal que esteve, pelo menos, duas vezes no escritório do advogado José Yunes, amigo há mais de 50 anos do presidente Michel Temer, para fazer entregas de dinheiro. A informação foi divulgada na madrugada deste domingo pelo jornal Folha de São Paulo.

O servidor da segurança pública também trabalhava como motorista de uma transportadora de valores contratada por empresas alvo da Operação Lava Jato, como a Odebrecht. O depoimento para a PF se deu na forma de testemunha no inquérito que apura pagamentos da empreiteira de R$ 10 milhões a campanha do PMDB, supostamente negociado por Temer no Palácio do Jaburu, em 2014.

Queiroz admitiu que ele era o motorista do carro-forte que transportava os valores, mas revelou que quem levava o dinheiro até o local da entrega eram dois companheiros de trabalhos identificados de Oliveira e Alves. Ele esteve no escritório de Yunes, em São Paulo, com a Polícia Federal e reconheceu o prédio no bairro Jardim Europa, na capital paulista.

Segundo a Folha, o depoimento corrobora com a acusação do Ministério Público Federal, que abriu investigação contra o advogado por organização criminosa. Yunes admite ter sido uma “mula involuntária” uma vez para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Entretanto, o "envelope lacrado grosso" era do doleiro Lúcio Funaro e foi recebido em seu escritório.

Em nota para a Folha, o advogado de José Yunes, José Luís de Oliveira Lima, lembrou que o seu representado tem “50 anos de advogacia e jamais se prestou para desempenhar o papel de intermediário”. Já a defesa de Temer não teve acesso ao depoimento e evitou se pronunciar sobre o caso.

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