Jucá afirma que Congresso não aprovará CPMF se governo não mostrar cortes de gastos

Jucá afirma que Congresso não aprovará CPMF se governo não mostrar cortes de gastos

Senador do PMDB diz que é preciso aproveitar crise para construir solução duradoura

Agência Brasil

Senador do PMDB diz que é preciso aproveitar crise para construir solução duradoura

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O Congresso não aprovará medidas como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), se o governo não fizer sua parte e mostrar o corte de gastos, enfatizou nesta quinta-feira o senador Romero Jucá (PMDB-PR). Ele não comentou a decisão do governo de adiar o contingenciamento de verbas do Orçamento deste ano, mas cobrou engajamento, após sair de reunião com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

“Apenas aumentar impostos não resolve o problema das contas públicas, senão vai ter que aumentar de novo daqui a um ano. Temos que aproveitar a crise atual e realmente construir uma solução duradoura, definitiva”, declarou Jucá, ao ser questionado sobre o comprometimento da base aliada com a CPMF.

Embora o Orçamento deste ano estabeleça meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de R$ 30,5 bilhões para a União, os estados e os municípios, Jucá disse defender a meta fiscal zero para 2016. Segundo ele, esse cenário é mais realista que a meta de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), mas exigirá bastante esforço por parte do governo.

“O governo deve fazer um grande esforço para ter déficit zero, o que já é um grande avanço tendo em vista o déficit do ano passado. Um superávit seria feito somente a partir do próximo ano. Discordei da meta de 0,5% desde o início porque o número não é factível”, destacou o senador.

Apesar de defender os cortes de gastos públicos, Jucá declarou que será bastante difícil para o governo contingenciar recursos porque o Congresso aprovou um Orçamento enxuto, sem margem para cortes. Segundo ele, a equipe econômica terá de tomar decisões difíceis e discutir o tamanho do Estado brasileiro. “Acho que o Orçamento está bastante realista. Qualquer contingenciamento  será difícil porque, com um Orçamento engessado, sobra pouca coisa para cortar. Acho que não tem mais gordura. Agora, vai se cortar membro, é amputação. Não é lipoaspiração. Vamos ter que discutir efetivamente tamanho do Estado, que programas o governo deve fazer”, comentou. O parlamentar disse ainda que o governo não deve mexer nas reservas cambiais, atualmente em torno de US$ 380 bilhões.

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