Jucá diz que pedido de impeachment contra Michel Temer "não tem nenhum cabimento"

Jucá diz que pedido de impeachment contra Michel Temer "não tem nenhum cabimento"

Senador disse que substituição de Geddel Vieira Lima será decidida no momento apropriado

AE

Jucá diz que PEC do teto deve ter votação maior que do impeachment

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O líder do governo no Congress, senador Romero Jucá, disse na tarde desta segunda-feira, que o pedido de impeachment do presidente Michel Temer protocolado, nesta segunda-feira, pelo PSol "não tem nenhum cabimento". "Eu acho que é uma ação política", disse. "Não tem nenhum cabimento jurídico nesse pedido do PSol, é uma chicana, é uma manobra política, tentando atrapalhar, mas não tem dimensão", afirmou.

O senador comentou ainda a retomada das manifestações de rua e disse que elas "são legítimas". "Elas podem ocorrer, em ocorrendo o governo deve levar em conta. É importante aprender e ouvir as manifestações, mas também será levada em conta (...) uma manifestação político-partidária, que é natural da democracia, mas não deve atrapalhar a maioria", apontou.

Votação da PEC do teto maior que do impeachment

O senador confirmou que após reunião com o Temer, que "está tudo pronto para votação da PEC do teto". "Nós cumprimos o acordo com a oposição, o cronograma de debates e amanhã esperamos votar no primeiro turno uma PEC que é fundamental para dar o primeiro passo, e o primeiro exemplo efetivo do governo na questão do ajuste fiscal", afirmou. "Esperamos uma votação maior do que a do impeachment. Minha conta é entre 62 e 65 votos", disse, em referência ao placar que afastou Dilma Rousseff no Senado em agosto - com 61 votos.

Jucá disse que a expectativa é que o segundo turno da PEC aconteça no dia 13 de dezembro e a promulgação no dia 15 de dezembro, encerrando os trabalhos legislativos. "Temos um grande cronograma de votações que vamos realizar até o dia 15." Segundo o senador, o governo poderia ter optado por discursos "dos governos anteriores" como, por exemplo, a recriação da CPMF. "Nós preferimos deixar de criar impostos e cortar gastos", disse.

Saída de Geddel 

Questionado sobre o impacto da saída do ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de governo na votação de amanhã, Jucá afirmou que "o Senado não tinha por que se abalar com essa questão", e minimizou a eventual pressão dos partidos oposicionistas. "A oposição está dizendo que o clima está frio ou quente. Se estiver quente a gente bota um ar-condicionado, se frio a gente põe aquecedor. O clima está pronto".

Jucá informou que a substituição de Geddel Vieira Lima será decidida "no momento apropriado". "Por enquanto, há uma equipe na Secretaria de Governo preparada que vai continuar tocando o trabalho. No momento apropriado, o presidente fará a mudança", afirmou. Ele disse ainda que o cargo não é do PMDB. "Não é vaga de ninguém, qualquer cargo de ministro é do presidente da República". O senador disse que é preciso ter calma e tranquilidade e que "o governo vai continuar funcionando, operando, independente de ter um ministro na Secretaria".

Questionado se defende que a Secretaria seja extinta e que o presidente Michel Temer assuma um papel de articulador, Jucá disse que o presidente "por ser um político experiente é um homem que toma decisões políticas num governo que ele comanda". "Ele não será apenas um coordenador político", afirmou.

Calero

O senador, que também é presidente nacional do PMDB, disse ainda que não sabia que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero - que foi o pivô do episódio que culminou com a saída de Geddel - era filiado ao partido. "Não sei se ele é filiado ao PMDB, soube que ele tinha disputado eleição pelo PSDB", afirmou.

Diante da afirmação de que o ex-ministro era sim do partido e dos questionamentos de uma eventual punição a Calero, Jucá afirmou que é preciso aguardar os desdobramentos. "Não temos porque tomar nenhuma posição a respeito da função dele por conta da questão partidária. Não é questão partidária que está em jogo", disse.

Jucá disse ainda que a gravidade do ministro Calero ter gravado um Presidente da República existe independentemente do meio que foi utilizado, mas também ponderou que é preciso aguardar o desenrolar dos fatos para ver se o ex-ministro pode ser punido, já que é um diplomata. O ex-ministro disse que ele e o presidente tiveram três conversas sobre o embargo à obra do empreendimento imobiliário La Vue, em Salvador - projeto em construção onde Geddel é dono de um apartamento.

Sobre a solicitação da Procuradoria-Geral da República à Polícia Federal para ter acesso as gravações, Jucá disse que isso é "extremamente positivo". "O presidente Michel Temer ontem disse que é importante que a conversa que ele teve, ele gostaria que ficasse tudo claro. Se existe a gravação e fosse possível torná-la pública também seria importante, então não há nenhum tipo de apreensão", completou.

Previdência

Jucá disse ainda que a data de envio da Reforma da Previdência não está definida e que o presidente Michel Temer ainda conversará com as centrais sindicais. "Defendemos que possa ser enviada entre os dois turnos (da PEC)", disse, ressaltando que é importante "apressar o passo" para a reforma seguir para o Congresso.

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