Juiz condena Nestor Cérvero a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro
Ex-diretor da área internacional da Petrobras é alvo de investigação na Operação Lava Jato
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Com base no art. 91 do Código Penal, também foi decretado o confisco do imóvel. Após a alienação, o produto da venda será revertido à vítima dos crimes antecedentes, a Petrobras.
De acordo com a acusação do MP, parte da propina recebida por Cerveró foi enviada ao exterior, por meio de empresas sediadas no Uruguai, na Inglaterra, Espanha e Suíça. A denúncia cita como prova do crime a compra do apartamento, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
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Nestor Cerveró afirmou à Justiça Federal que morou dois anos sem pagar aluguel do imóvel. O duplex de luxo está registrado em nome da Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, uma filial da uruguaia Jolmey S/A, aberta pelo advogado Oscar Enrique Algorta Rachetti, no Uruguai. Para a força-tarefa da Operação Lava Jato, Cerveró é o verdadeiro dono do imóvel. "O senhor não acha estranho o senhor morar dois anos de graça em um apartamento?", questionou o Sérgio Moro. "Mas eu não acho", respondeu. "Foi uma compensação."
Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 14 de janeiro, por tentar ocultar seu patrimônio, segundo investigadores da Lava Jato. Funcionário de carreira da Petrobras desde 1975, ele assumiu a Diretoria Internacional da estatal em 2003 e deixou o cargo em março de 2008, quando foi realocado para a BR Distribuidora. Deixou a subsidiária da companhia petrolífera em março de 2014 após a polêmica sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.