Juiz da Lava Jato mantém prisão de João Vaccari Neto

Juiz da Lava Jato mantém prisão de João Vaccari Neto

Cinco delatores citaram ex-tesoureiro como operador de propinas do PT

AE

Juiz da Lava Jato mantém prisão de João Vaccari Neto

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O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, negou nesta segunda-feira o pedido da defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de revogar sua prisão preventiva. No despacho, o magistrado cita os depoimentos de cinco delatores da Lava Jato citando o ex-tesoureiro como operador de propinas do PT e aponta que "não houve uma alteração relevante do quadro probatório" que levou à prisão do ex-tesoureiro.

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A decisão ocorre após a defesa de Vaccari apresentar no fim de maio resposta aos questionamentos de Moro, sobretudo referentes aos repasses em dinheiro vivo do ex-tesoureiro para sua esposa Giselda Rousie de Lima entre 2008 e 2014. Neste período ela recebeu R$ 583 mil de Vaccari, valor que, segundo a defesa, foi declarado à Receita Federal e é compatível com a renda bruta de R$ 3,4 milhões que Vaccari teve no período.

Apesar de considerar "louvável" as explicações da defesa do ex-tesoureiro em seu despacho, Moro lembra que as transações para a esposa de Vaccari não foram os elementos determinantes que levaram à decretação da prisão preventiva "até mesmo porque, como alega o MPF, João Vaccari Neto participaria do esquema criminoso recolhendo a propina para o Partido dos Trabalhadores e não para si próprio".

Delações Mesmo entendendo que as delações estão sujeitas à interpretação, o magistrado lembrou dos depoimentos dos delatores Pedro Barusco, Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Eduardo Hermelino Leite e Augusto Ribeiro Mendonça que implicam Vaccari no esquema.

Além disso, ressalta Moro, no caso do depoimento de Augusto Mendonça também foram apresentados comprovantes de doações oficiais das empresas do delator ao PT que teriam sido efetuadas com dinheiro de propina, além de comprovantes de pagamentos à Gráfica Atitude supostamente para mascarar repasses ao PT. O caso é alvo de uma ação penal específica na qual Vaccari também é réu.

A decisão de Moro de manter Vaccari preso atende ao pedido da força-tarefa da Lava Jato que investiga vários episódios envolvendo ele e, sobretudo, sua cunhada, Marice Corrêa de Lima, suspeita de ocultar patrimônio supostamente ilícito para o ex-tesoureiro - que está preso desde 15 de abril deste ano e é réu na Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Fases anteriores:

1ª fase (17/03/2014) – PF deflagra a Operação Lava Jato em sete estados e cumpre 130 mandados judiciais;
2ª fase (20/03/2014) – PF cumpre 6 mandados de busca e 1 de prisão temporária;
3ª fase (11/04/2014) – PF cumpre 16 mandados de busca, 3 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva;
4ª fase (11/06/2014) – PF cumpre 1 mandado de busca e 1 mandado de prisão preventiva;
5ª fase (01/07/2014) – PF cumpre 7 mandados de busca, 1 de prisão temporária e 1 de condução coercitiva;
6ª fase (22/08/2014) – PF cumpre 15 mandados de busca e 1 de condução coercitiva;
7ª fase (14/11/2014) – PF cumpre 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva;
8ª fase (14/01/2015) – PF cumpre 1 mandado de prisão preventiva;
9ª fase (05/02/2015) – PF cumpre 40 mandados de busca e apreensão, 18 de condução coercitiva, 3 mandados de prisão temporária e 01 de prisão preventiva;
10ª fase (16/03/2015) – PF cumpre 2 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Etapa denominada "Que país é esse".
11ª fase: (10/04/2015) - PF cumpre 7 mandados de prisão, 9 de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão. Etapa denominada "A Origem".
12ª fase: (15/04/2015) - PF cumpre 2 mandados de prisão preventiva e temporária, um de busca e apreensão e mais um mandado de condução coercitiva.
13ª fase: (21/05/2015) - PF cumpre seis mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão, um mandado de condução coercitiva e um de prisão preventiva.
14ª fase: (19/06/2015) - PF cumpre 59 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão em quatro estados do Brasil: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo


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