Justiça aumenta pena de assessor do PP João Cláudio Genu na Lava Jato

Justiça aumenta pena de assessor do PP João Cláudio Genu na Lava Jato

Genu foi denunciado por receber parte das propinas dirigidas à Diretoria de Abastecimento da Petrobras

AE

TRF aumento pena do assessor do PP João Cláudio Genu

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O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, aumentou nesta quinta-feira a pena de João Cláudio Genu, assessor do Partido Progressista, de 8 anos e 8 meses para 9 anos e 4 meses. A decisão foi tomada durante julgamento da apelação criminal referente à condenação em primeira instância.

Nesta ação penal, Genu foi denunciado por receber parte das propinas dirigidas à Diretoria de Abastecimento da Petrobras, que também eram direcionadas a agentes do partido. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), entre 2007 e 2013 o assessor do PP recebeu 4,3 milhões reais,  125 mil euros, e 390 mil dólares em propinas.

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A 8ª Turma do TRF4 entendeu que Genu praticou corrupção passiva e formação de quadrilha mesmo possuindo condições sociais e intelectuais de reconhecer a natureza ilícita da atividade criminosa. "Nem o fato de Genu ser réu no processo do Mensalão o inibiu da prática de condutas ilícitas à época, tendo seguido cobrando e recebendo valores de propina", ressaltou o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Operação Lava Jato no tribunal.

A defesa do réu havia questionado a imputação do crime de formação de quadrilha na sentença em primeiro grau, considerando uma ação penal onde apenas duas pessoas foram condenadas. "[Este] é um processo em que respondem vários réus, nos quais dois foram condenados, mas no qual várias outras pessoas foram vinculadas dentro de um contexto.

Os processos foram separados, mas não muda o fato de que essas pessoas atuaram em conjunto. Genu não é uma figura estranha a todo esse movimento que ensejou a Lava Jato. A parte que cabia a Genu não era isolada, mas estava inserida nesse contexto, recebendo e repassando valores frutos de corrupção", afirmou Gebran ao indeferir o argumento da defesa.

Esta apelação da Lava Jato também levou à redução da pena de Rafael Ângulo Lopez, funcionário do doleiro Alberto Yousseff. O MPF havia recorrido contra a absolvição do ex-sócio de Genu, Lucas Amorim Alves, mas o tribunal manteve a sentença.

Outra apelação

O TRF4 também iniciou hoje o julgamento da apelação criminal do ex-presidente da construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro); do ex-diretor da UTC Engenharia, Walmir Pinheiro Santana; e do ex-senador Jorge Afonso Argello (Gim Argello). O processo teve pedido de vista do desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus.

Nesta ação, o ex-senador foi denunciado por pedir propina a diretores de empreiteiras para protegê-los nas comissões parlamentares instauradas para apurar crimes ocorridos na Petrobras.

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