Justiça decreta perda de imunidade parlamentar de Pedro Ruas em processo

Justiça decreta perda de imunidade parlamentar de Pedro Ruas em processo

Ex-marido de Yeda Crusius moveu ação contra vereador de Porto Alegre por difamação

Marjuliê Martini/Rádio Guaíba

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O Tribunal de Justiça do Estado entendeu que o vereador Pedro Ruas (PSol) não deve ter imunidade parlamentar no processo movido contra ele pelo ex-marido de Yeda Crusius, Carlos Crusius. Com isso, o caso voltará a ser discutido pela Justiça de Porto Alegre.

Na audiência de conciliação, o parlamentar alegou que por ter mandato público poderia fazer acusações ao professor. A ação é movida por difamação, supostamente ocorrida durante entrevista a uma emissora de televisão, em maio de 2009. Ruas teria acusado Crusius de ter furtado dinheiro da campanha do PSDB ao governo do Estado em 2006. A indenização pedida pelo ex-marido de Yeda é de 1/20 de salário mínimo, o que hoje valeria R$ 27,25.

Pedro Ruas recorrerá novamente ao Tribunal de Justiça (TJ) com embargos declaratórios e irá procurar o Supremo Tribunal Federal para reaver a imunidade parlamentar no processo. “Os crimes de colarinho branco deveriam ser julgados de forma mais ágil. Em raras situações, se vê condenados e o dinheiro desviado ser devolvido aos cofres públicos”, afirmou.

A suspeita de que o dinheiro da campanha do PSDB ao governo gaúcho tenha sido desviado surgiu durante as investigações feitas pela Polícia Federal na Operação Rodin, que descobriu fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O processo, que tramita na Justiça Federal de Santa Maria, chegou a ter 40 réus. Hoje, são 28. Carlos Crusius chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal, assim como Yeda, mas ambos foram retirados da lista por decisão do Supremo Tribunal Federal.

O desvio seria feito por meio de subcontratações para a confecção das provas teóricas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Até agora, a Justiça Federal de Santa Maria não determinou a data do julgamento. Ainda estão sendo tomados depoimentos das testemunhas de defesa por precatórios, quando o domicílio dos inquiridos é fora da cidade onde tramita o processo, em Santa Maria.

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