Kátia Abreu diz que foi expulsa do PMDB por dizer não a "regalias do poder"

Kátia Abreu diz que foi expulsa do PMDB por dizer não a "regalias do poder"

Senadora disse que foi alvo da deliberação por "defender posições que desagradaram" ao governo Temer

AE

Senadora disse que foi alvo da deliberação por "defender posições que desagradaram" ao governo Temer

publicidade

A senadora Kátia Abreu (TO) criticou, nesta quinta-feira, a decisão do Conselho de Ética do PMDB de expulsá-la do partido e cancelar sua filiação partidária. Em comunicado à imprensa, ela disse que foi alvo da deliberação por "defender posições que desagradaram" ao governo Michel Temer, também do PMDB.

Além disso, defendeu que o conselho optou por retirá-la da legenda por não ter feito "concessão à ética" e "dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder". "A Comissão de 'Ética' do PMDB decidiu pela minha expulsão do partido de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves. Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder", afirmou.

Kátia Abreu ainda ironizou o fato do partido expulsá-la enquanto evita abrir processos contra integrantes da legenda que estão "presos por corrupção e crimes contra o País". "A mesma Comissão de 'Ética' não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o País. Fiquei no PMDB e não saí como queriam. Fiquei e lutei pela independência de ideias e por acreditar que um partido deve ser um espaço plural de debates", citou.

Ao final, lembrou que o PMDB já lutou contra a ditadura, mas que esta decisão imprimiu na história do partido "a mácula do sectarismo e da falta de liberdade". "Sigo na luta política. Sigo com Ética. Sigo sem medo e firme nos meus propósitos, pois respeito minha família, respeito o povo do Tocantins e do Brasil, que ainda acreditam que esse país pode ser melhor", complementou.

Leia o comunicado da senadora Kátia Abreu na íntegra:

"A comissão de 'ética' do PMDB decidiu pela minha expulsão do partido de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves.

Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder. A mesma comissão de 'ética' não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o país.

Fiquei no PMDB e não saí como queriam. Fiquei e lutei pela independência de ideias e por acreditar que um partido deve ser um espaço plural de debates. A democracia não aceita a opressão. Hoje os membros da comissão de 'ética' imprimiram na história do partido que lutou contra a ditadura a mácula do sectarismo e da falta de liberdade.

Sigo na luta política. Sigo com Ética. Sigo sem medo e firme nos meus propósitos, pois respeito minha família, respeito o povo do Tocantins e do Brasil, que ainda acreditam que esse país pode ser melhor."

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895