Kassab diz que governo não discute privatização dos Correios
Ministro disse que antiga gestão entregou a entidade com déficit de R$ 2 bilhões
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De acordo com relatório do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado em dezembro do ano passado, em apenas cinco anos, de 2011 a 2016, o patrimônio líquido dos Correios, ou seja, a diferença entre os ativos e o passivo, encolheu 92,63%. Além da perda patrimonial, os resultados apontam a deterioração da capacidade dos Correios saldarem dívidas no longo prazo; aumento do endividamento da empresa e sua maior dependência de capitais de terceiros.
O resultado da avaliação do CGU enfatiza que, com prejuízos crescentes a partir de 2013, a empresa vem se revelando menos rentável. E que, além do "aumento exponencial" das despesas diretas, a sustentabilidade da empresa foi impactada pela "transferência elevada de recursos para a União, o que ocasionou" redução significativa na capacidade de investimentos na empresa no curto prazo".
Segundo Kassab, a atual gestão encontrou os Correios com uma administração desorganizada e com déficit de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão empenhado para o plano de desligamento voluntário do quadro de funcionários da empresa. "Impomos uma rigorosa recuperação e sua administração financeira foi melhorada. A operação negativa está em R$ 1 bilhão, mas estamos em ajustes, como a venda de imóveis e o ajuste do plano de saúde, o que nos permitirá chegar ao equilíbrio do Correios", disse.
O ministro explicou que a função dos Correios deve ser reestudada e que, naturalmente, algumas funções vão desaparecer, "seja com privatização, parceria ou extinção". "É natural que, com o passar do tempo, foram mudando o seu objetivo. Há alguns séculos, eles entregavam cartas, hoje ainda entregam muitas cartas, ainda é a principal fonte de receita dos Correios, mas cada vez mais temos outras atividades importantes, como por exemplo, a logística", disse.
Com as pessoas cada vez mais realizando compras pela internet, os Correios precisarão investir mais em planejamento e logística. "E essa migração do seu perfil está sendo acompanhada com muita atenção pela atuar gestão, o que permitirá aumentar a receita. E, simultaneamente, trabalhando com redução de custos para que seja uma empresa equilibrada e sadia", disse Kassab.