Líderes da base e oposição não chegam a acordo para votar reforma política

Líderes da base e oposição não chegam a acordo para votar reforma política

Presidente interino da Câmara, Fufuca admitiu que proposta pode ser derrotada no Plenário

AE

Presidente interino da Câmara, Fufuca admitiu que proposta pode ser derrotada no Plenário

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Após quase duas horas de reunião, líderes da base e da oposição afirmaram que ainda não há consenso para votar a reforma política no plenário da Câmara. Deputados se reuniram nesta terça-feira para tentar viabilizar a aprovação das propostas que tramitam na Casa, mas, novamente, não chegaram a um acordo. Com o início da sessão do Congresso Nacional, foi cancelada a reunião da Comissão Especial da Reforma Política, que votaria o relatório do deputado Vicente Candido (PT-SP) que regulamenta pontos da reforma. Ainda não foi definida nova data para a reunião do colegiado.

Presidente interino da Câmara, o deputado André Fufuca (PP-MA), relatou que pretendia colocar em votação nesta quarta-feira a proposta de emenda à Constituição relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR), que acaba com as coligações nas eleições proporcionais e estabelece uma cláusula de barreira. Ele, no entanto, admitiu que a proposta pode ser derrotada em plenário. "Você tem 513 cabeças pensantes no Congresso, então é difícil chegar a um consenso em uma matéria. Pode não ter unanimidade, mas tem uma certa unidade. Vamos colocar em votação e aquela medida que tiver a votação necessária, será aprovada, senão, é derrotada", avaliou Fufuca.

Os partidos menores não concordam que o fim da possibilidade de formar coligações com outros partidos aconteça já nas eleições de 2018, como foi aprovado na comissão, e sugeriram apresentar um destaque para que essa medida passasse a valer somente em 2020, como previa o texto original. O PP, no entanto, não aceitou o acordo, e sugeriu que fosse elevada a cláusula de barreira de 2,5% já para 2018. Pelo texto que será levado a plenário, terão acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na TV os partidos que obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, 1,5% dos votos válidos em ao menos nove Estados. "Conversamos, conversamos, conversamos, e não decidimos nada", disse o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG).

Segundo os parlamentares, há ainda menos consenso para votar a PEC relatada do deputado Vicente Cândido, que propõe a adoção do distritão em 2018 e 2020 e a criação de um fundo público para financiamento de campanhas. A votação da proposta já foi adiada pelo menos três vezes em plenário. "Tudo que precisar de 308 votos, não passa", afirmou o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), sobre o número de votos necessários para aprovar uma emenda à Constituição no plenário.

Diante do impasse, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que novas conversas serão realizadas durante o dia, mas não descartou a possibilidade de votação das propostas sobre a reforma política serem novamente adiadas. A reunião desta terça aconteceu na residência oficial da presidência da Câmara e contou com a presença de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente como presidente da República por conta da viagem de Michel Temer à China. Participaram do encontro líderes tanto da base como da oposição.

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