Líderes políticos, familiares e amigos se despedem de Eliseu Padilha no RS

Líderes políticos, familiares e amigos se despedem de Eliseu Padilha no RS

Entre aqueles que homenagearam o emedebista estiveram o ex-presidente Temer, o governador Leite e ex-governadores

Felipe Nabinger

Velório de Eliseu Padilha foi realizado no Salão Nobre do Palácio Piratini

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Estrategista, perspicaz, organizado e líder. Esses foram os principais adjetivos dispensados ao ex-ministro Eliseu Padilha no velório realizado no Salão Nobre Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, nesta quarta-feira. Além de familiares e amigos, figuras importantes do cenário político nacional e estadual prestaram sua última homenagem ao histórico militante do MDB, partido que ajudou a fundar, ingressando em 1966 e permanecendo até sua morte, ocorrida na última segunda-feira

Além do governador Eduardo Leite (PSDB) e do vice Gabriel Souza (MDB), passaram pelo salão parlamentares, ex-parlamentares e também o ex-presidente Michel Temer (MDB), de quem Padilha foi ministro-chefe da Casa Civil. "Perco um grande amigo. Lamento ter que vir a esse momento, mas há pouco ouvi o seguinte: não se emocionem demais porque o que foi embora foi apenas o corpo e a alma do Padilha está aí e vai nos iluminar com seu exemplo", afirmou Temer, no final da manhã.

O ex-presidente da República, que estava acompanhado do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), definiu Padilha como "grande coordenador" do seu governo. “Um dos legados importantes é sua característica de formar novos líderes, não só do RS, mas do país inteiro", disse o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, citando seu próprio exemplo e de Barbalho.

Eduardo Leite relembrou a passagem de Padilha pelos ministérios de três presidente de vertentes diferentes, tendo integrado os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Temer, além de enfatizar sua importância no cenário político. "Ele foi um entusista de nossa aliança do MDB com o PSDB na eleição passada. Teve uma participação ativa e importante no processo eleitoral e deixamos aqui um reconhecimento desse esforço para ele e para sua família", ressaltou o governador gaúcho.

Além dele, os ex-governadores Pedro Simon (MDB), José Ivo Sartori (MDB), Germano Rigotto (MDB) e Yeda Crussius (PSDB) e  Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) prestaram solidariedade à família de Padilha no Piratini ao longo do dia.

Gravata e "renascimento"

O ex-deputado federal Carlos Marun (MDB), gaúcho com atuação política pelo Mato Grosso do Sul, definiu Padilha como um "professor" quando assumiu o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo de Temer, tendo o auxílio do amigo e correligionário que tinha experiência como ministro. "Foi uma figura ímpar, primeiro pela gentileza, depois pela inteligência, perspicácia e organização. Para mim, mais que um amigo e correligionário, foi um professor. É uma perda para o partido, para sua família e para o país", disse.

Ao lado do deputado federal de São Paulo, Baleia Rossi, que ocupa a presidência nacional do MDB, Marun lembrou de um momento marcante quando, em 2021, Padilha "renasceu" para a política. Em uma visita de Temer ao Estado, Padilha recebeu o ex-presidente, Baleia e demais integrantes partidários em sua casa. "Ele nos recebeu de gravata, dizendo que há muito tempo não usava. Voltou a fazer o que ele gostava, exercitar a função política, e chegamos a esquecer que o Padilha estava doente. Veio com gás, com força."

"O Padilha é uma das poucas unanimidades dentro do MDB. Ele se filhou em 1966, um dos primeiros filiados, em um momento de ditadura no país. Ele teve coragem de desde o início da vida pública defender a democracia e as liberdades. Deixa um legado como grande liderança”, disse Baleia Rossi, ao deixar a cerimônia no Piratini.


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