Legislativo gaúcho instala Frente Parlamentar contra pedágio na ERS 118

Legislativo gaúcho instala Frente Parlamentar contra pedágio na ERS 118

De acordo com deputado Tiago Simon, instalação de praça de pedágio traria consequências para seis municípios cortados pela rodovia

Christian Bueller

De acordo com deputado Tiago Simon, instalação de praça de pedágio traria consequências para seis municípios cortados pela rodovia

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Em uma cerimônia híbrida, que reuniu no Salão Júlio de Castilhos lideranças políticas, empresariais e comunitárias de municípios da Região Metropolitana e Vale do Sinos, a Assembleia Legislativa instalou, na tarde desta terça-feira, a Frente Parlamentar em Defesa do Movimento ERS-118 sem Pedágio. A iniciativa é do deputado Tiago Simon.

Ressaltando que não é contra a concessão de rodovias, Simon elencou os malefícios que a instalação de uma praça de pedágio na ERS 118 traria não só para seis municípios cortados pela rodovia – Sapucaia do Sul, Esteio, Cachoeirinha, Viamão, Alvorada e Gravataí -, mas para a população de toda a Região Metropolitana. O aumento de preços de produtos e serviços, a fuga de empresas, o desemprego e a exclusão foram algumas das consequências listadas pelo parlamentar para justificar a instalação da frente no Parlamento gaúcho.

“As concessões são instrumentos para alavancar o desenvolvimento. Mas uma praça de pedágio em perímetro urbano, com alto fluxo doméstico e em uma região de alta vulnerabilidade teria um efeito muito negativo. Uma praça de pedágio na ERS-118 seria a hipótese mais desastrosa de pedagiamento da história do Rio Grande do Sul”, acredita.

Segundo o proponente da frente, o projeto previsto para a rodovia, que tem 16 quilômetros duplicados, seria a de uma concessão por 30 anos, investimentos na ordem de R$ 100 milhões e arrecadação de R$ 4 bilhões no período. O coordenador do Movimento ERS 118 sem Pedágio, Darcy Zottis, explicou que a iniciativa tem caráter apartidário e os propósitos de evitar a instalação de uma praça de pedágio e trabalhar pela infraestrutura da estrada. Ele alertou que a concessão da rodovia poderia gerar mais problemas sociais para municípios como Alvorada e Viamão, de onde saem cerca de 140 mil moradores para trabalhar em cidades vizinhas. “A elevação dos custos de deslocamento para o empregador teria como conseqüência imediata o desemprego”, apontou.

Representando a Federasul, Rafael Goelzer, disse que a entidade é “100% a favor dos pedágios, mas quer que as concessões sejam bem feitas”. “Pelas características dessa rodovia, que tem um fluxo pendular de pessoas que saem pela manhã e retornam à noite, somos frontalmente contrários”, avisou, ressaltando que acredita na sensibilidade do governo do estado para rever o projeto.

Em nome dos vereadores da Região Metropolitana, o vereador Paulo Silveira, de Gravataí, criticou a forma com que o projeto foi concebido. “Foi durante a pandemia, quando as pessoas estavam lutando contra o vírus ou pela sobrevivência de suas famílias, sem nenhum diálogo e sem consultar ninguém”, revelou.

Já o prefeito de Sapucaia do Sul afirmou que as obras da rodovia ainda não estão concluídas e que não é o momento de discutir pedágio na região. “Precisamos discutir melhorias em iluminação e segurança. Esse pedágio que querem instalar é impróprio, insano e não interessa à Região Metropolitana”, disparou.


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