Lira vai instalar CPI para investigar esquema de pirâmide com criptomoeda

Lira vai instalar CPI para investigar esquema de pirâmide com criptomoeda

Instalação está prevista para a terça-feira (6); 11 empresas que teriam realizado operações fraudulentas são alvo da investigação

R7

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vai instalar na terça-feira (6) a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das criptomoedas. O objetivo é investigar 11 empresas que teriam realizado operações fraudulentas com pirâmides financeiras. A CPI terá prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogável por até 60 dias, e será formada por 32 titulares e 32 suplentes, que serão indicados pelas lideranças partidárias. 

As empresas alvo da comissão foram identificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acusadas de se utilizar de divulgação de informações falsas sobre projetos e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar um esquema de pirâmide financeira. Os investigados têm os nomes relacionados com os esquemas da Atlas Quantum, Zero10 Club (Genbit) e TraderGroup.

A Atlas Quantum é uma empresa que atua no mercado financeiro oferecendo soluções em investimentos. A plataforma é voltada para o Bitcoin e tem como missão fornecer saques para os que possuem moedas digitais. Em 2019, a empresa parou de pagar investidores, deixando um prejuízo estimado de US$ 7 bilhões a 200 mil pessoas. O negócio foi processado pela CVM e é alvo de investigação da Polícia Federal.

No caso da Zero10 Club, que depois mudou o nome para Genbit, eram oferecidos investimentos em cotas empresariais com ganhos de 5% a 15% ao mês. Em 2019, o Ministério Público entrou com ação contra a empresa contra prejuízo de R$ 1 bilhão a cerca de 45 mil pessoas.

Já o Trader Group foi alvo de uma operação da Polícia Federal em 2019, acusada de pirâmide financeira. Após isso, a CVM multou o grupo em R$ 14,6 milhões, por oferecer tokens de valor mobiliário de forma irregular.

As comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais. Podem convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos pelo voto da maioria dos integrantes.

A comissão vai funcionar na Câmara ao mesmo tempo que outras três CPIs: a do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a das Americanas e a das apostas esportivas. Além dessas, também está em atividade a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro, que apura os atos de vandalismo na Esplanada.


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