Luciana Genro é reconduzida à presidência do PSol no RS e projeta 2024

Luciana Genro é reconduzida à presidência do PSol no RS e projeta 2024

Deputada estadual defende prévias para a escolha de candidato de união da esquerda em Porto Alegre e vê com "muito difícil" aliança com PDT

Felipe Nabinger

Luciana Genro segue à frente do PSol no RS após congresso realizado neste domingo

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A deputada estadual Luciana Genro foi reconduzida para a presidência do PSOL estadual. Em congresso realizado neste domingo, em Porto Alegre, na Câmara dos Vereadores, o partido discutiu as teses programáticas com o entendimento das diretrizes nacionais da sigla a serem apresentadas em âmbito nacional, no final deste mês. Embora não tenha sido o tema central dos debates e votações, as eleições de 2024 estão no foco da dirigente partidária, que defende candidaturas próprias como uma forma de combate ao campo mais à direita e fortalecimento do partido. 

O PSol, hoje, tem seis vereadores, sendo quatro na Capital e dois em Pelotas. "A tendência é que o PSol tenha cabeça de chapa nessas cidades, onde a gente já tem força. Mas isso não significa cortar diálogo", afirma a presidente estadual. Luciana cita outras cidades como Santa Maria e Passo Fundo como focos do PSol. Em 2020, candidatas em ambos os municípios tiveram votos para serem eleitas, ficando de fora devido ao quociente eleitoral, havendo necessidade de se fortalecer a sigla.

Sobre Porto Alegre, Luciana diz que o partido dispõe de nomes para encabeçar a disputa como a deputada federal Fernanda Melchionna, o vereador Pedro Ruas e ela mesma, mas que esse assunto ainda não está em discussão e defende prévias que englobem uma eventual união de partidos mais à esquerda. "A gente quer que o método de escolha desse candidato, dessa aliança de esquerda em Porto Alegre, seja escolhido de forma democrática, como através de prévias."

Quanto às alianças, o congresso enfatizou o veto a coligações que tenham partidos que pendam do centro para a direita. O partido entende que a construção na Capital deva ser feita com a federação formada pelo PT, PCdoB e PV, com a Rede, que está federada com o próprio PSol, e siglas como PCB e PSTU.

Luciana vê como "muito difícil" o diálogo com siglas do campo do centro à esquerda como, por exemplo o PDT, em uma aliança pela prefeitura da Capital. "Vemos como mais difícil esse diálogo com o PDT por estarem no governo de Eduardo Leite (PSDB). Se eles quiserem romper com o governo Leite e vir dialogar com a esquerda estamos à disposição." Um dos citados por ela como potencial candidato na Capital, Pedro Ruas, foi um dos fundadores do PDT.

Independência ao governo Lula 

Dos 131 delegados estaduais do PSol, 85% aprovou a política de um partido independente, na esfera nacional, defendida por Luciana e outros membros de sua corrente ideológica dentro do partido, como Melchionna e vereador da Capital Roberto Robaina. A visão é que o PSol não deve fazer parte do governo Lula (PT), mantendo autonomia para ser uma espécie de oposição mais à esquerda. 

A visão do seu grupo difere ao do que atualmente comanda a legenda nacionalmente. Em âmbito estadual, a vertente de Luciana obteve 67% da nova executiva. O restante, conforme estatuto do partido, é partilhado com as demais correntes. 

"No Rio Grande do Sul, a ampla maioria do PSol está engajada na luta para preservar o programa e a estratégia fundacionais do nosso partido, que não surgiu para se adaptar ao sistema político, mas, sim, para ser uma alternativa anticapitalista e lutar por mudanças estruturais na economia, na política e na sociedade", afirma a deputada estadual.

O congresso deste domingo foi a conclusão do processo estadual que começou com as plenárias entre 28 de julho e 3 de setembro. Agora, na etapa nacional, 451 delegados e delegadas eleitos pelos congressos estaduais decidirão a direção e a política que o partido deverá defender no próximo período na etapa nacional entre 29 de setembro e 1º de outubro.


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